Order! Order! Order! pic.twitter.com/WjvKZWGTPu
— tagesschau (@tagesschau) 16 de janeiro de 2019
Duas notas:
1. Quem disse que os alemães não têm sentido de humor?
2. Até se fica a perceber melhor por que é que os Monty Python nasceram no Reino Unido.
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1. A vantagem de jogar em casa
Por fim, ensina-me a construir gaiolas para os coelhos e dá-me conselhos e indicações sobre a comida, como tratar as doenças e essas coisas. E fala-me um pouco da cobrição:
– Tens de meter a fêmea onde está o macho, e nunca o contrário. Nunca o macho onde está a fêmea.
– E por que razão? – pergunto.
– Porque aí o macho encontrará duas novidades com que se entreter, uma fêmea e um território novo. É demasiado. Ficará confuso, e isso não é nada bom nestas situações, pois, ao fim e ao cabo, é ele quem tem de tomar a iniciativa – diz o Der Warming, dando-me uma cotovelada cúmplice. – E se não acontecer nada passados dois minutos – continua -, separa-os, porque isso quer dizer que não é o momento adequado do ciclo da coelha e podem pegar-se. Na pior das hipóteses, ela pode arrancar-lhe as bolas num instante.
– A fêmea onde está o macho – repito.
– Isso mesmo; se ele jogar em casa, correrá tudo bem.
– Mas então será a fêmea que ficará confusa – digo.
– Não importa; isso até pode ser uma vantagem – diz.
2. Os golos metidos fora valem mais
Quando chego a casa, mostro-lhes os coelhos e, antes que eu tenha tempo de reagir, o pai junta o macho a uma das fêmeas.
– A fêmea onde está o macho – protesto – disse o Der Warming. O macho tem de jogar em casa.
– Que parvoíce – diz. – Isso não quer dizer nada se ele for um verdadeiro macho.
3. Saltando os preliminares e indo directamente aos penáltis
E é um verdadeiro macho. Salta logo para cima da coelha, agarra-se bem ao seu pescoço com os dentes e monta-a – aprendi que se diz assim –, para, em seguida, lançar um grunhido e cair de lado.
4. O nível adequado de celebração (sim, sou sportinguista)
Ela, no entanto, não parece muito afectada e continua a comer.
Edição Cavalo de Ferro (2016), tradução de João Reis.
Adenda: Citada na badana do livro, a opinião da crítica Lisa Garsdal, no jornal dinamarquês Politiken, acerta em cheio no alvo: Não há absolutamente nada para rir no original thriller caseiro de Erling Jepsen; simplesmente, não se consegue evitar.
O governo está a surpreender-me pela positiva. A Jessica Chastain ligou-me finalmente. Desejo a todos um péssimo fim-de-semana.
Descobri hoje que partilho a secção de voto com Rui Rio. Votámos quase em simultâneo. Ainda espreitei mas - lamento - não posso garantir que ele tenha votado em Marcelo.
E se o PS tiver entrado numa espiral recessiva?
Feira do Livro do Porto, 2015.
(Ainda pensei que fosse uma piada inteligente da organização da Feira mas a editora existe.)
Surgido pela primeira no dia 27 de Julho de 1940, em The Wild Hare, do genial Tex Avery, com uma aparência ainda longe daquela com que ficaria mais conhecido mas já com voz (e sotaque nova-iorquino) do polifónico Mel Blanc, Bugs Bunny fez ontem 75 anos. Mordaz, senhor do seu nariz e da sua cenoura, raramente vencido, é um dos meus heróis desde a época dos programas televisivos de Vasco Granja. O tempo, contudo, trouxe-me uma perplexidade: para coelho, e apesar de um outro flirt ao longo da carreira, Bugs interessou-se surpreendentemente pouco pelo sexo oposto (admita-se: existem humanos, lá pela Califórnia e noutros sítios, com maior fixação em coelhinhas do que ele) e deixou pouquíssima descendência.
Adenda: A última vez que Mel Blanc lhe cedeu a voz foi em 1988, no filme da Disney Quem Tramou Roger Rabbit?, realizado por Robert Zemeckis. De modo a permitir o uso de Bugs, a Warner exigiu que ele estivesse no ecrã pelo menos tanto tempo como o rato Mickey. Zemeckis foi mais longe. Não somente lhes concedeu o mesmo tempo de exposição (enfim, tudo cronometrado, Mickey deve ganhar por quase um segundo) como os fez partilhar a mesma cena. Nela, Bugs e Mickey caem lado a lado de pára-quedas, fornecendo a Eddie Valiant - excelente Bob Hoskins - um «sobresselente» que não constitui grande ajuda. O que salva Valiant (como tantos homens) é a paixão de uma mulher.
O léxico mingua. Camilo conglobava uma miríade de vocábulos hoje alóctones. Qual filigrana rococó, Aquilino desembuçava concatenações multifárias e buriladas. Hoje, bulhufas. Mas as sarandalhas palmeiam. Pascácios conjecturando-se paladinos do discernimento coagem a aceleração da declividade, assestando vitupérios na Internet sobre almas ensimesmadas que se afoitam à geração de verbetes prenhes de ímprobas lexias. Pelejar é supervacâneo. Antes arriar.
Já se pode voltar a chamar «Troika» às «Instituições»?
Só pode. Montes dela. Um autêntico Hugh Jackman por dentro. Ou, pelo menos, fica a esperança. Porque, exteriormente, trinta graus de temperatura deixam-me com o aspecto (e, suspeito, com o odor) de uma camisola do Benfica logo após um jogo decidido no último minuto do prolongamento. Ainda por cima, o que diabo se passa com o meu cabelo? (Está comprido e tem vontade própria, é isso que se passa.) E por que raio comprei esta roupa?
(Tanta coisa inconstitucional e temperaturas destas são permitidas...)
(Vem um tipo viver para o Porto porque Lisboa é que é quente...)
(Quando é que chega o Inverno, carago?)
33°30'52.5"N 73°03'33.2"E
Nas deslocações frequentes e muitas vezes prolongadas que fazia a países em quase todos os continentes, nunca levava bagagem. Tinha tudo na nuvem.
Não fumo. Não bebo bebidas alcoólicas. Raramente tomo café. Tenho padrões de exigência elevados: faço questão de não ganhar vícios que possam ser admitidos em público.
Um minuto de imobilidade e silêncio parece-me claramente insuficiente.
(Desculpem; é mais forte do que eu. Ignorai-me e passai uma excelente Páscoa.)
Os homens são capazes de ignorar a fome e ir à procura de um par. Um novo estudo feito numa espécie de vermes comprovou que a culpa não é propriamente deles, mas sim do seu cérebro.
Confesso: a primeira coisa que fiz, ainda antes de ler o artigo, foi verificar se tinha sido escrito por uma mulher. Em primeiro lugar pela deliciosa associação entre homens e vermes (eu sei que o estudo foi mesmo realizado em vermes mas talvez fosse mais correcto e abrangente usar «machos» em vez de «homens»). Depois pela igualmente deliciosa facilidade com que se aceita a extrapolação do comportamento dos referidos vermes para o ser humano, deixando de lado eventuais diferenças a nível de - sei lá - número de neurónios. Finalmente pelo ainda mais delicioso recurso à velha dicotomia corpo-mente, na tentativa magnânima de desculpar essas criaturas vermiculares e desprovidas de neurónios, os homens (obrigado, Carolina; se vieres ao Porto nos próximos tempos avisa e vamos jantar, OK?; ou então até podemos saltar o jantar, que para mim é secundário). Porque a culpa (e tanto haveria a dizer sobre o facto de, mesmo após a ciência justificar o comportamento, poder continuar a associar-se-lhe o conceito - a ter de culpar-se alguém, que tal escolher Deus?) é do cérebro, não é propriamente dos homens. Só uma mulher podia considerar que quaisquer seres humanos - machos, fêmeas, hermafroditas - se definem por factores externos ao cérebro.
Nota 1. Como o meu sentido de humor não é partilhado por toda a gente - mas Kafka também se ria ao ler as suas histórias aos amigos e poucos leitores delas fazem o mesmo desde então -, fica o alerta: este texto contém ironia e pretende ser uma provocação benigna.
Nota 2. Não, não estou a comparar o que escrevo ao que Kafka escrevia. Em contrapartida, a minha vida é quase tão excitante quanto foi a dele.
Nota 3. Agora vou dar descanso aos neurónios que não tenho, parar com estas notas e entreter-me a observar as mulheres que andam por aqui, OK?
Nota 4. Estranho. Estou com fome.
Agora já bem entrado nos setenta, o mestre da Morávia sentia-se mais divertido do que intimidado pela cultura dos festivais; gostava de contar a história de como, ao tentar encontrar o caminho do palco para agradecer os aplausos no festival ISCM de 1925, abrira a porta errada e achara-se na rua.
Alastram, são cada vez mais assumidas, tornam-se moda. Quem, há vinte ou trinta anos, ouvira falar da intolerância à lactose ou ao glúten?
Enfim, não exactamente. «Prisão preventiva» apenas seria a expressão correcta se ela tivesse ocorrido em 2005. Ou, vá lá, em 2007.
Negativos
Governos da Zona Euro ver-se-ão obrigados a apresentar orçamentos rectificativos para acomodar aumento de despesas com viagens. O anúncio gerará contestação na Bélgica, levando à demissão do governo (seguindo tradição local, as perspectivas de desempenho da economia melhorarão de imediato).
Positivos
Companhias aéreas europeias comunicarão ter tido o melhor mês de Fevereiro do milénio. Aeroporto de Bruxelas ocupará lugar entre os mais concorridos do planeta. Governo português anunciará que as receitas previstas com a privatização da TAP foram revistas em alta, devendo permitir eliminar a sobretaxa do IRS antes das eleições legislativas. Lufthansa anunciará instalação de um lugar para atracagem de cadeiras de rodas em todos os aviões (responsável afirmará: «Para além de ser positivo para a nossa imagem, julgamos que é rentável e evita que as assistentes de bordo tenham que andar todos os dias com o ministro das finanças ao colo»).
Ao vivo e com a passagem dos dias, ele vai ficando menos sexy. Acontece a quase todos.
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