como sobreviver submerso.
Sábado, 4 de Dezembro de 2010
Senhores

«Obrigado, senhor», disse-me a rapariga da caixa, despoletando imediatamente no meu cérebro a recordação de outros «senhores», ouvidos há cinco anos e meio, quando, com trinta e seis anos (não assim tão velho para que o tratamento fosse apenas reflexo da idade) estive nos Açores pela primeira vez. «Sim, senhor.» «Não, senhor.» «Tenha um bom dia, senhor.» É um daqueles pormenores que podem passar despercebidos ou ajudar a marcar uma viagem, pontuando-a de detalhes que fazem a diferença num país (e num mundo) cada vez mais uniformizado. Neste caso, é como recuar umas décadas no tempo. No continente, já não há «senhores». Só «senhores doutores» e «senhores engenheiros».



publicado por José António Abreu às 17:15
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30 comentários:
De sinhã a 5 de Dezembro de 2010 às 18:54
é: há-de ser por isso que portugal é um país de marrecos do tanto que gosta de apanhar com o peso dos diplomas nas costa.

(irra, senhor escafandro, o que eu andei práqui chegar) :-)


De José António Abreu a 6 de Dezembro de 2010 às 12:17
Marrecos e sempre a grasnar...

(Então porquê?)


De Sílvia a 6 de Dezembro de 2010 às 02:06
Não sei se não será perigoso generalizar dessa forma. É tudo uma questão de formação e de educação e de princípios. Cada vez estamos mais cheios de superficialidades e de futilidades, e atribuimos um valor fictício às coisas. O senhor doutor ou senhor engenheiro é o espelho disso. Mas o anonimato permite que os títulos se esvaiam. Na minha opinião será mais isso. Ou então mesmo uma forma de estar diferente, correcta, que pode ainda ser encontrada em qualquer lugar do país.


De José António Abreu a 6 de Dezembro de 2010 às 12:23
É sempre perigosos generalizar. E é claro que há pessoas no continente que ainda dizem «senhor» e «senhora» e também é claro que o desaparecimento desta forma de tratamento não é, por si só, negativa. (De certa forma, no caso das mulheres foi substituída por «menina», que se usa agora até, sei lá, aos cinquenta anos de idade.) Mas eu já tinha achado piada a constatar que nos Açores ainda a usam muito quando lá estivera da primeira vez (era até um pouco ingruente, ser tratado por «senhor») e voltei a constatar isso agora. Acima de tudo, interessa-me a diferença num país cada vez mais igual.


De Sílvia a 6 de Dezembro de 2010 às 14:16
O abraço da diferença. Sim.
Sejamos parte nela.


De sinhã a 6 de Dezembro de 2010 às 12:43
curiosidadesinhã: o que preferes, Silvia, senhora, dona, ou senhora dona? :-)


De Sílvia a 6 de Dezembro de 2010 às 12:56

Uma curiosidade nem sempre tem satisfação que se lhe siga. Mas bem...no caso está ao meu alcance.
Resposta: nenhuma das três.
:))
 
 


De sinhã a 6 de Dezembro de 2010 às 12:58
boa! :-) eu juro que mal olhei para ti, foi isso que vi.

(e quis tirar a prova do meio dia e tal) :-)


De Sílvia a 6 de Dezembro de 2010 às 13:24

Curioso... Olhei para si, tentei...mas não vi nada.
Não vou esforçar-me. :)))


De sinhã a 6 de Dezembro de 2010 às 13:39
e que bem que fazes, Silvia: nem com muito esforço conseguirias. :-)

(essa roupa de mulher moderna fica-te bem) :-)


De Sílvia a 6 de Dezembro de 2010 às 14:07
Concordo com a Sr.ª D.ª Sinhã, se me permite. Ou qualquer uma das outras duas...?! Há coisas que a nossa visão não alcança mesmo.
Ah!, tenho pena em não poder, por isso, retribuir o elogio... ou não.


De sinhã a 6 de Dezembro de 2010 às 14:22
nem senhora, nem dona: apenas Sinhã (tal e qual consta no meu cartão de cibernauta) :-D

quanto aos elogios, esses, são meras correntes de ar. :-)


De Sílvia a 6 de Dezembro de 2010 às 14:26

Pois! Vi logo que não tinha visto nada. O dito cartão incluído. 
Cuidado com as correntes de ar, Sinhã. :)
 


De sinhã a 6 de Dezembro de 2010 às 14:32
sim, sim: ou são frias ou são quentes. :-)

(atchin!) :-)


De Sílvia a 6 de Dezembro de 2010 às 14:40
Frias no Inverno, quentes no Verão. Ou então inverta-se a ordem e baralhe-se tudo. É capaz de dar resultado. Qual? Não sei! Nao sou especialista em correntes, de ar. :))


De sinhã a 6 de Dezembro de 2010 às 14:56
é inverter; é inverter para a criatividade sair arejada.:)


De Sílvia a 6 de Dezembro de 2010 às 15:35
Pois, pois. Criatividade arejada é o que se quer. E em nome próprio. :)


De sinhã a 6 de Dezembro de 2010 às 20:56
mas porquê, ser Silvia não é próprio de ti?:-)


De Sílvia a 6 de Dezembro de 2010 às 21:03
Não é próprio do Joaquim nem da Maria.


De sinhã a 6 de Dezembro de 2010 às 21:20
esse humor não é negro: é amarelo. :-D


De Sílvia a 6 de Dezembro de 2010 às 23:46

Sempre podemos chamar reforços e formar o arco-íris. O seu é cor-de-rosa. :))


De sinhã a 7 de Dezembro de 2010 às 14:31
:-)


De Sílvia a 7 de Dezembro de 2010 às 14:43
:))


De José António Abreu a 7 de Dezembro de 2010 às 23:12
What the...?
Image
Meninas, então?


De Sílvia a 8 de Dezembro de 2010 às 22:06

Desculpe...a invasão.


De sinhã a 6 de Dezembro de 2010 às 12:40
porque não conseguia entrar, já há uns tempos, senhor.:-)

(não queres tirar os caracteres para comentar, senhor, que são uma seca?) :-)


De José António Abreu a 7 de Dezembro de 2010 às 23:16
Talvez um dia destes mas considerando que:
a) assim só comenta quem acha que vale o esforço;
b) mesmo com caracteres, só duas comentadoras já fizeram quase vinte comentários neste post;
se calhar não.


De sinhã a 8 de Dezembro de 2010 às 09:41
argumentos validados.:-)

(olha, espreita, que palmas tão bem batidas: http://poeticia.blogspot.com/)


De Djabal Maat a 6 de Dezembro de 2010 às 13:10
Sobre o mundo formado
Paira a profundidade
Das palavras proferíveis.

Andréi Biéli

"Quanto maior ela é, senhor doutor médico, menor a profundidade aparentada.

Grande abraço.


De José António Abreu a 7 de Dezembro de 2010 às 23:32
As palavras são sem dúvida leves mas profundas quando bem usadas, não é? Chato é serem tantas vezes utilizadas com a leveza da irrelevância ou, pior, com o peso, mais do que a profundidade, da presunção. Como no caso dos títulos ainda tão importantes para tanta gente (felizmente cada vez menos). Quanto ao «senhor» que muitos açorianos ainda usam, é uma espécie de toque de delicadeza sem bajulação nem subserviência. É como dizer «obrigado» ou «por favor» de forma instintiva, sem segundas intenções.
Um abraço.


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