como sobreviver submerso.

Quinta-feira, 29 de Agosto de 2013
O mundo em que vivemos
Convém ter presente que em Portugal, como em muitos outros países, sempre ocorreram incêndios. Em 1980, por exemplo, arderam mais hectares do que em 2008 (44.251 contra 17.565). Mas é verdade que, ao longo das últimas duas décadas, a tendência foi de subida, tanto ao nível de número de incêndios (na década de 80 apenas em 1989 ocorreram mais de 10.000 enquanto na primeira década deste século apenas em 2008 o valor ficou abaixo de 20.000) como da área ardida (duas vezes acima dos 100.000 hectares na década de oitenta, quatro na de noventa, seis na de 2000), tendo-se registado picos de destruição em 2003 (recorde de área ardida: 425.839 ha) e 2005 (recorde de número de incêndios: 35.824 e segundo valor mais elevado de sempre de área ardida: 339.089 ha). Isto enquanto os meios de detecção e combate eram progressivamente reforçados e a formação dos bombeiros melhorada. Explicações para o aparente contra-senso? Ouve-se diariamente falar no interior cada vez mais desertificado, na alteração de espécies plantadas (com o crescimento das áreas de eucaliptal), nas florestas por limpar, em comportamentos negligentes. Serão factores importantes. Mas permitam-me acrescentar mais dois. O primeiro não ajudará a explicar o aumento (a menos que se adopte uma perspectiva decididamente maquiavélica) mas talvez ajude a explicar a inexistência de diminuição. É tão politicamente incorrecto que, tivesse eu algum senso, esperaria pelo final da «época de fogos» (fantástica designação, que por um lado parece tentar empurrar os incêndios para uma normalidade similar à «época balnear» mas por outro contém um horror implícito, como que antecipando épocas ainda piores: a «época oficial das mortes na estrada», por exemplo, ou a «época dos afogamentos em massa») antes de o abordar, ou, se tivesse ainda um pouco mais de senso (o nível adequado às noções do politicamente correcto), nem sequer o abordaria. É, no entanto, muito simples: como noutras áreas, por incompetência e por interesses, do investimento efectuado nem sempre terão saído os resultados esperados. A prevenção dos incêndios e o combate aos mesmos são uma realidade com bastante que elogiar (acima de tudo, a abnegação de tantos voluntários) mas também são um negócio, um emprego para muita gente e um universo de hierarquias, jogos de poder, interesses cruzados e aparências. Nem sempre se terá comprado o equipamento mais adequado. Nem sempre se terá ministrado a formação mais útil. Nem sempre a competência terá sido premiada. Nem sempre o dinheiro terá chegado onde era suposto chegar. Nem sempre se terá funcionado de acordo com regras de sensatez financeira e operacional. Adoptando a tal visão maquiavélica, talvez até se possa acrescentar que nem sempre terá existido interesse em que os incêndios deixassem de assustar a população e, mais importante (mas uma coisa decorre da outra), os responsáveis políticos que assinam a maioria dos cheques (passatempo para um fã de teorias de conspiração: tentar estabelecer uma relação entre as épocas de cortes orçamentais e o valor da área ardida).

O segundo factor gera menos polémica. Muita gente já o referiu mas (desta feita, compreensivelmente) também é pouco abordado nos meios de comunicação social. Trata-se da histeria televisiva, inexistente há vinte e tal anos. Do mesmo modo que noticiar suicídios tende a fazer com que ocorram novos suicídios, o espectáculo televisivo das chamas, do fumo, do medo, da impotência, opera simultaneamente como prémio e incentivo aos pirómanos. Há pouco mais de vinte anos somente existia a RTP e os incêndios ocupavam dois ou três minutos de um noticiário que demorava meia hora. Há pouco mais de trinta, as chamas nem sequer tinham cor. Hoje, as televisões dedicam aos incêndios mais de meia hora de cada serviço noticioso (alongado para hora e meia) e mostram aos pirómanos, com som, cor, transpiração, desespero, a grandiosidade dos seus actos. O que fazer? A única solução credível passaria pela auto-regulação e isso significa que dificilmente algo mudará. Continuaremos lamentando e protestando, horrorizados (mas também mais do que ligeiramente fascinados), diante dos televisores. O mundo em que vivemos é o mundo em que vivemos.



publicado por José António Abreu às 18:58
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Sábado, 24 de Setembro de 2011
Gosto mais de praias desertas: 15
Mas às vezes também gosto delas com pessoas. Em jeito de adeus ao Verão. Que os romances perdurem.
 
(Ou não; façam como entenderem.)


publicado por José António Abreu às 16:16
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Quinta-feira, 25 de Agosto de 2011
Vendem-se t-shirts

Perfeitas para poupar saliva a quem regressa de férias. De cor branca ou preta, disponíveis em todos os tamanhos de adulto, com uma das seguintes frases estampada na parte frontal:

Versão 1: «O tempo esteve excelente e a água um espanto!»

Versão 2: «Ainda apanhámos um bocadinho de chuva mas esteve quase sempre bom.»

Versão 3: «Oh, assim como assim, o importante é descansar.»

Preço: €15,00 cada. Desconto de 10% na compra das três versões (aproveite: as que não usar este ano, usa nos próximos).



publicado por José António Abreu às 13:33
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Terça-feira, 24 de Agosto de 2010
Produtividade em Agosto

Devia fazer-se um estudo sobre a produtividade em Agosto. É que ficar todos os anos a trabalhar durante este mês causa-me sempre a mesma sensação: a de que o pessoal que se encontra de férias não faz cá falta nenhuma.

 

E desconfio que eles o sabem.



publicado por José António Abreu às 12:59
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Quinta-feira, 19 de Agosto de 2010
Incentivos à leitura

O Verão traz inesperados incentivos à leitura e à aprendizagem de inglês. No hipermercado, uma rapariga garantia na t-shirt, de forma bem saliente, I Love to Love You. Outra, com argumentos mais modestos mas excelente capacidade de auto-sustentação, desfazia ilusões a desconhecidos e colocava pressão no companheiro com a frase Not Available... For Now. E não evitei lembrar-me de uma terceira que há um par dias garantia que Pink Pills Are The Best. Não faço ideia para que servem as pink pills, se são alguma forma de ecstasy ou um remédio para as dores menstruais, mas não pude deixar de reparar que pareciam dar origem a efeitos secundários muito interessantes. Por exemplo, tornar completamente supérfluos os pontos nos ii.



publicado por José António Abreu às 18:47
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Quarta-feira, 7 de Julho de 2010
Deslocalizem-me
Atabafo quando a temperatura sobe dos trinta graus. Acho, aliás, piada ao tempo frio. Tenho pele branca que fica vermelha quando exposta ao sol mais de cinco minutos seguidos. Detesto passar horas inerte numa toalha junto a oitocentos e oitenta e três desconhecidos (e estes são apenas os que se encontram num raio de duas ou três dezenas de metros), besuntado com cremes leitosos de odor enjoativo, sendo atingido por bolas de plástico, escutando música pimba e discussões conjugais, retirando areia de partes da anatomia concebidas para o contacto com superfícies incomparavelmente mais suaves. Mas os meus problemas não ficam por aqui. Rarissimamente chego atrasado ao que quer que seja. Costumo dizer o que penso, independentemente de quem me escuta. Apenas por distracção cruzo traços contínuos, passo semáforos prestes a mudar para vermelho, uso corredores bus, ou sigo por sentidos proibidos (incluindo nos parques de estacionamento dos centros comerciais). Tenho um sentido de humor pouco português (todos mo dizem, com um sorriso que é também um trejeito de desconfiança). Quando penso em países atractivos, penso no Canadá, na Nova Zelândia, na Suiça, na Áustria, na Escócia, nos países nórdicos. Abomino o estilo pomposo e, oh, tão irresponsável dos políticos do sul da Europa. Torço pela Alemanha na meia-final de logo à tarde.

 

Só ironia divina ou extravagância genética me pode ter feito nascer aqui.


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publicado por José António Abreu às 08:38
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Com o Douro por cenário: 21


publicado por José António Abreu às 08:24
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Sexta-feira, 6 de Novembro de 2009
Apologia do mau tempo

Não desgosto do tempo cinzento. Nuvens baixas e carregadas, neblina, frio, vento, chuva, neve. Condições assim combinam comigo. Ou melhor: proporcionam-me uma imagem mais calorosa de mim mesmo. Fazem com que me sinta um ponto de calor perdido numa Natureza fria e hostil. E isso é agradável. Ridículo, talvez. Ligeiramente egotista. Mas agradável. Eu contra o Inverno. Molhando-me. Avançando contra o vento. Combatendo o frio nas mãos, nas orelhas e na ponta do nariz. Fintando as gripes e as constipações ou batalhando-as energicamente (bom, talvez «energicamente» seja um exagero). O tempo frio e chuvoso combina comigo porque me mostra que sou melhor do que pensava. Quentinho e acolhedor. Pelo contrário, o tempo quente não me faz sentir fresco. No Verão, eu cedo à malevolência da Natureza (temperaturas elevadas são malévolas; veja-se a habitual representação do Inferno). Transpiro, bufo, fico inerte. Quando arranjo forças para abanar uma revista à frente da cara sinto-me ridiculamente pusilânime. Como outros gestos, não passa de uma admissão de derrota. No Inverno, não. Esfrego as mãos com energia e convicção. Aqueço-as com o bafo quente que me sai dos pulmões (soprar-lhes, no Verão, é como tentar apagar um incêndio florestal com uma garrafa de quarto de litro mal cheia de água morna). Corro para evitar a chuva (no Verão, tento nem sequer me mover). Praguejo convictamente (no Verão, quando tenho forças para dizer alguma coisa, saem-me queixinhas irritantes). Sinto-me bem enfiado num sofá a ver um filme ou a ler um livro (no Verão, o próprio conceito de «sofá» é agressivo). O tempo frio é estimulante. Bom, talvez isto seja outro exagero: não o será sempre e não o será para todas as pessoas. Mas, pelo menos, é mais estimulante do que o tempo quente. O cérebro humano não tem ventoinhas suficientes para arrefecer o processador quando estão quarenta graus à sombra. Frita. Estoira. Bum! Mas aguenta bem o frio (se estiver mesmo muito frio pode entrar em modo de hibernação mas a maior parte das pessoas nem nota a diferença).
 
É verdade que prefiro que não haja chuva (excepto quando estou deitado ouvindo-a bater na janela; duvido que haja alguém, mesmo o mais feroz opositor do Inverno, que não goste de estar na cama a ouvi-la). A chuva, como o excesso de calor, é um acto pouco subtil da Natureza. Repare-se como ambos nos deixam encharcados (ainda assim, antes uma boa molha que o corpo liquefazendo-se em transpiração). Já o vento, mesmo forte, é-me simpático. Há irreverência no vento. Estraga-nos a compostura e isso é quase sempre positivo. O vento está-se nas tintas para os penteados arquitectónicos de certas senhoras ou para os guarda-chuvas de arqueado punho em madeira de alguns cavalheiros. Enfrentar o vento é como aquelas lutas bem-humoradas entre amigos. Às vezes exagera-se e a coisa descamba nuns murros a sério mas, geralmente, tudo se mantém dentro dos limiares do divertimento. E depois há o nevoeiro. Desagradável quando se conduz mas – e isto talvez seja demodé mas que se lixe (a aproximação do Inverno quase fez sair um impropério mais colorido) – tão incrivelmente romântico. Uma capa de mistério caída sobre paisagens conhecidas. Um detonador de melancolia benigna (quem é que consegue ser melancólico enquanto transpira e procura respirar debaixo de um Sol monótono?). Quando, há anos, fui a Londres fiquei desiludido por não apanhar pelo menos uns minutos de nevoeiro (retrospectivamente, talvez não tivesse sido boa ideia ir lá no início do Verão mas as estações do ano não podem servir de desculpa a uma cidade que se preze: há tradições – mais que não seja, literárias e cinematográficas – que, uma vez implantadas, merecem respeito.) Mesmo cá, exijo nevoeiro de vez em quando. O nevoeiro é uma mensagem da Natureza. Um pedido para que façamos introspecção. Sem grande sucesso porque, como todos sabemos, o ser humano deixou de prestar atenção à Natureza.
 
Podia ainda escrever sobre a neve, sobre a ondulação marítima, sobre as trovoadas (evitaria sempre o granizo, que é novamente uma manifestação demasiado agressiva e sem pinga de humor ou de poesia), mas não vale a pena alongar-me demasiado (mesmo em dias frios como os que aí vêm poucas pessoas lêem posts longos). No Inverno, a Natureza mostra que tem tomates (tomates metafóricos, sendo ela feminina) e pergunta-nos se também os temos. (Pelos comentários que ouço, parece que não.) E depois há coisa mais bonita do que a luz do Sol furando as nuvens, atravessando uma atmosfera limpa pela chuva, aplicando uma demão de verniz brilhante nos edifícios, nas estradas, nos automóveis e até nas pessoas? Um – e há muito que desliguei o detector de imagens forçadas – sorriso de parabéns da Natureza pelo estoicismo demonstrado. Mostremo-nos à altura.
Nota: este post adquire o sentido pleno ao ser lido com os dois últimos andamentos da Sexta Sinfonia de Beethoven em fundo.


publicado por José António Abreu às 08:41
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Sexta-feira, 28 de Agosto de 2009
Afinando os instrumentos

Última semana de Agosto. A cidade já não parece abandonada. Antes no momento de calma que precede a tempestade. Um palco aguardando o início do espectáculo. O equipamento está pronto, meia dúzia de técnicos e figurantes afadigam-se em ensaios de última hora. Alguns não conseguem evitar sentir pena de que o período em que tiveram o palco inteiramente à disposição esteja a terminar e até algum ressentimento por saberem que, a partir de Segunda-Feira, muitas das pessoas que o vão ocupar agirão como se tivesse sido preparado exclusivamente para elas e lhe encontrarão imensos defeitos.



publicado por José António Abreu às 08:42
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Quarta-feira, 26 de Agosto de 2009
Estágio

O Verão traz estagiários às empresas. Rapazes e raparigas que ainda estudam mas, pelo que tanto pode ser sentido de responsabilidade como inconsciência, aceitam trocar a praia e os festivais de música por umas semanas em ambiente de ar condicionado e luz artificial, fazendo por compor um currículo ainda praticamente em branco e tentando perceber como funciona uma empresa por dentro. Agosto não é o melhor mês para atingirem a segunda parte do objectivo mas suponho que, ainda assim, ficarão com uma ideia (que, na sua ingenuidade, talvez pensem errada) da mistura de incoerência e determinismo que faz com que as coisas aconteçam na maioria das empresas. O que me deixa entre o embaraço e a pena é o sorriso aberto do que me vem cumprimentar todas as manhãs. Há expectativa naquele sorriso. E – pasme-se – alegria. Fico na dúvida se ainda não percebeu quão triste a maioria dos empregos efectivamente é, pelo menos durante grande parte do tempo, se já o percebeu e sorri como sorriria numa visita aos chimpanzés do jardim zoológico, ciente de que só temporariamente se encontra dentro da jaula.



publicado por José António Abreu às 08:39
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Terça-feira, 18 de Agosto de 2009
A cidade em Agosto

Estar a trabalhar durante o mês de Agosto é uma experiência estranha, especialmente de manhã. Às oito e um quarto a cidade tem uma paz irreal. Há menos pessoas que o costume caminhando pelos passeios e parecem fazê-lo em ritmo mais descontraído. Os carros são poucos mas, paradoxalmente, também parecem mover-se mais devagar. Há espaço e tempo, e consegue-se respirar. É uma cidade em modo pausa.

Tanto que por vezes surge-me a dúvida se não terá sido anunciada uma catástrofe iminente que levou quase toda a gente a fugir e apenas eu e mais uns quantos não o sabemos. E pergunto-me ainda se não o sabemos por distracção nossa ou por deliberação dos que fugiram. Se terão sido escolhidas as pessoas mais capazes e deixadas para trás as mais fracas. Mas depois, ao arrancar num semáforo em que o meu carro é o único da não-fila, vejo uma rapariga com roupas de Verão e fico mais sossegado porque ninguém a deixaria para trás se fosse importante salvar os mais aptos e propagar a espécie.



publicado por José António Abreu às 08:38
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Quinta-feira, 13 de Agosto de 2009
Com um croata pendurado ao pescoço

Croatas e franceses. Parece que a culpa pode ser repartida entre croatas e franceses. Durante a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), os soldados croatas usavam lenços atados em torno do pescoço. Os franceses – permitam-me um termo ‘contemporâneo’: panisgas! – acharam piada e começaram a copiá-los. Resultado: o pedaço de tecido que me aperta o pescoço e cai inerte sobre o meu estômago. Delicioso de usar com trinta e tal graus de temperatura. Na rua, em dias como hoje, com a cravate (de croate e hvrati, “croata” em francês e em croata, respectivamente) e o casaco, sinto-me numa espécie de sauna portátil.

 

(OK, esteticamente até não tenho muito contra a gravata mas, mesmo sabendo que há quem defenda a aparência composta que um fato e uma gravata conferem aos homens, que tal instituir-se um Verão casual?)

Imagem acrescentada após pedido deixado pela Margarida na caixa de comentários.

Mais informação sobre as gravatas aqui, incluindo um daqueles recordes do Guiness que até podia ser português (envolve uma gravata com 808 metros de comprimento).



publicado por José António Abreu às 13:37
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Sexta-feira, 24 de Julho de 2009
Adenda ao post anterior

E também concordo com quase tudo o Anabela Mota Ribeiro escreveu aqui. Já não vejo – mea culpa – é qualquer filme do Mizoguchi há uma eternidade.



publicado por José António Abreu às 18:20
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Auto-bronzeadores

Estou-me nas tintas para o bronzeado. Habitualmente sou branco e quando não sou branco sou vermelho. Raramente sou castanho. Mas não ligo. Sou dos poucos a fazê-lo. (Ou a não fazê-lo?)

 
Mesmo que me importasse, nada faria. Não tenho pachorra para vegetar horas estendido na areia sob um Sol inclemente. E detesto o cheiro de auto-bronzeadores. As pessoas que os aplicam devem achar que eu tenho trejeitos faciais compulsivos. E, junto delas, tenho.


publicado por José António Abreu às 17:54
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Domingo, 21 de Junho de 2009
35 ºC

Passaram o dia agachados como mochos na sombra parcimoniosa das acácias, a perscrutar aquele mundo feito fornalha.

Cormac McCarthy, Meridiano de Sangue
Edição da Relógio d’Água, tradução de Paulo Faria.
 

Imensas pessoas à minha volta exultam com a chegada do tempo quente. Eu suspiro, transpiro, esforço-me por combater a letargia e o desconforto. O meu intervalo ideal de temperaturas é entre os 15 e os 25 graus Celsius. Prefiro ambientes entre os 5 ºC e os 15 ºC que entre os 25 ºC e os 35 ºC. E estou mais disponível para enfrentar o intervalo de -5 ºC a 5 ºC que o de 35 ºC a 45 ºC. A escritora Romana Petri disse uma vez (creio que num artigo da revista Ler) que nunca poderia viver no Porto por causa do frio. Posso então considerar-me com sorte. Sei, aliás, que outras zonas do país estão ainda mais quentes. Mas… frio? Qual frio?



publicado por José António Abreu às 16:26
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