Um artigo no último número da revista Prospect propõe a criação de uma taxa sobre as mensagens de correio electrónico. O autor defende a medida como meio para reduzir o spam. Recentemente, no blog Outras Margens (e de novo na Segunda-Feira passada no jornal Público, em texto acessível online apenas a assinantes), Pedro Magalhães apresentou argumentos a favor da introdução de uma taxa sobre a entrada de veículos no centro das cidades. Percebo o ponto de vista de ambos mas faz-me um pouco de confusão que tudo passe por taxas e impostos. É curioso pensar como, numa época em que cada vez mais mais as pessoas fogem a pagar bens que durante décadas possuíram um valor indiscutível (música, filmes, livros, informação), sejam ou estejam prestes a ser forçadas a pagar serviços e actos até agora vistos como naturalmente gratuitos. E isto acontece ao mesmo tempo que a tendência também é para aumentarem as taxas que nos habituámos a pagar (p. ex., de rádio e TV, de saneamento, de acesso aos sistemas de saúde, de educação ou judicial), já para não falar dos impostos, que, ao contário do que disse Vital Moreira com ar ingénuo, têm subido paulatinamente.
Certas taxas terão pontos válidos e serão até inevitáveis. São sem dúvida uma forma eficaz de resolver alguns problemas. Mas a sua introdução excessiva (em número e/ou montante a pagar) pode acabar por servir como uma forma de controlar as vontades individuais (logo, as liberdades) das pessoas e em especial das mais pobres (que, na prática, já têm menos direitos), ajudando ao aumento de tensões sociais. E depois há ainda o factor discutido aqui: a possibilidade de que sociedades cada vez mais controladas tenham explosões de violência "injustificada" cada vez mais frequentes.
pessoais
Amor e Morte em Pequenas Doses
blogues
O MacGuffin (Contra a Corrente)
blogues sobre livros
blogues sobre fotografia
blogues sobre música
blogues de repórteres
leituras
cinema
fotografia
música
jogos de vídeo
automóveis
desporto
gadgets