Nas últimas semanas a acumulação de momentos piegas (e alguns outros nada piegas mas cem por cento asquerosos) com a “descoberta” de Susan Boyle por parte de um programa de televisão kitsch tem sido arrasadora. Analisemos o que justifica tamanho alarido. A senhora ficou conhecida por não ser a Gisele Bündchen, nunca ter sido beijada e, parece que surpreendentemente, ter umas belas cordas vocais. Peço muita desculpa (é uma forma de expressão) mas para mim isso não chega. Falta de beleza e de sexo não é motivo de admiração. Num mundo ideal, não seria também motivo de comiseração. Quanto à capacidade canora, talvez no futuro Boyle venha a usar a portentosa voz que possui para cantar coisas memoráveis, e aí eu prestarei atenção. Mas não antes. E, já agora, coisas memoráveis não são temas enjoativamente grandiloquentes como “I dreamed a dream” ou como os que pessoas como Celine Dion arrotam com ar heróico, nem árias adaptadas ao gosto popular e cantadas por boys bands de plástico como os Il Divo. Em triste nota final, receio que a apoteose da senhora possa ter um preço. Parece-me bem que ela está condenada a não poder aperaltar-se ou ser beijada na boca, sob risco de grande parte do encanto que parece exercer sobre o público se evaporar.
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