Descobri hoje que partilho a secção de voto com Rui Rio. Votámos quase em simultâneo. Ainda espreitei mas - lamento - não posso garantir que ele tenha votado em Marcelo.
Considero o parque da cidade do Porto um pequeno milagre. Escrevi-o aqui. Quando saiu da Câmara, Nuno Cardoso legou a Rui Rio uma situação armadilhada. Por um lado, Rio encontrou direitos de construção numa das frentes do parque cedidos a privados. (A cedência foi assinada por Cardoso nos últimos dias do mandato, o que levanta a eterna questão "onde é que já vimos este filme?") Por outro, Rio prometera durante a campanha não deixar construir no parque. Cumpriu a promessa e, em troca, obteve uma longuíssima batalha jurídica, com custos ainda não totalmente contabilizados. Hoje, Elisa Ferreira atacou-o pela opção feita. Na minha opinião, é um erro e um acto de descaramento. Os portuenses sabem que quem criou a situação foi o PS de Elisa (e deixemo-nos dos eufemismos da "independência" da candidatura; uma senhora que se fez eleger para o Parlamento Europeu e é candidata à presidência da segunda mais importante Câmara do país, sempre pelo mesmo partido e com tanta gente possuidora de cartão de mão estendida, é do menos independente que pode haver). Sabem também que Rio pode ter um estilo rebarbativo que nem sempre o leva aos melhores resultados da forma mais rápida possível mas é honesto e está a procurar cumprir a palavra. Mais importante, visitam o parque da cidade e percebem que defendê-lo é um dever colectivo. Mesmo que algumas críticas de Elisa possam ser, pelo menos em parte, verdadeiras, tudo empalidece perante estes factos. E afinal, que solução preconiza Elisa? Permitir a construção? Que o afirme claramente. Deve assegurar pelo menos os votos dos promotores imobiliários e dos construtores civis.
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