República Checa, 2013. O presidente, Miloš Zeman, foi eleito em Março. No mês passado, o primeiro-ministro Petr Nečas (em checo deve soar melhor), líder de uma coligação de três partidos de centro-direita, demitiu-se, acusado de corrupção (para conseguir fazer passar uma lei, terá pedido a três deputados que abandonassem o parlamento em troca de lugares na administração pública). A coligação propôs o nome de Miroslava Němcová para o substituir. O presidente recusou. Na passada quarta-feira (o dia em que, a milhares de quilómetros de distância, Cavaco Silva resolveu salvar Portugal), nomeou Jiří Rusmok, seu velho colaborador (há cerca de uma década foi ministro das finanças quando Zeman era primeiro-ministro), para o cargo. Rusmok é de centro-esquerda. O seu governo está legalmente obrigado a vencer uma moção de confiança que terá de ser votada nos trinta dias subsequentes à nomeação. Se a perder, o mais certo é a coligação propor novamente ao presidente o nome de Miroslava Němcová. E Zeman vetá-lo mais uma vez. Após uma segunda moção de confiança derrotada, o presidente será forçado a aceitar o nome indicado pelo parlamento. Mas Zeman pode adiar a segunda nomeação (e, por conseguinte, a segunda votação) tanto tempo quanto desejar, fazendo com que Rusmok governe durante meses, eventualmente (parece ser esse o plano) até às eleições previstas para a Primavera de 2014.
Em cavaquês, «mediar» significa «liderar»?
Merkel: «Hã?»
Dijsselbloem: «Hã? Não, a sério: o quê?»
Barroso: «Hã? Oh, merda. Raios partam os presidentes!»
Draghi: «Hã? Mamma mia! Onde é que pus o livro de cheques?»
Lagarde: «Nicolas? Estás aí, Nicolas?... Carla? Desculpa, enganei-me no número.»
Era a única coisa que Cavaco podia fazer para não ficar demasiado colado a Passos e Portas e tratar daquilo que mais o preocupa: a sua imagem para a posterioridade.
Passos aceitará qualquer solução, à espera de que Seguro a impossibilite. Portas está comprometido com todas as soluções possíveis e imaginárias. Pelo que: e agora, Tozé? Estás disposto a deixar o lirismo por instantes e meter as mãos na massa? Assim como assim, Portas já quer renegociar com a Troika. Juntos serão mais fortes.
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