Dizer que Paulo Portas «bateu com a porta» é tããão básico...
Casas de fotocópias de Lisboa sobrecarregadas de trabalho.
Logo agora que devias ter quase pronto o dossier com as medidas para a reforma do Estado...
Paulo Portas podia salvar sozinho de um incêndio num lar de idosos todos os residentes, o cão, o gato, o peixinho de aquário e a carne de vaca guardada na arca frigorífica que ainda assim teria pessoas a criticá-lo e a acusá-lo de demagogia. A mente frenética e o entusiasmo com que tenta passar as ideias são totalmente inadequados a um país de gente que não gosta de processar muita informação de cada vez. É demasiado autoconsciente, não por sentir que as coisas lhe estão a sair mal como sucede, por exemplo, a muitos formadores inexperientes, mas porque o seu cérebro não consegue relaxar e se encontra sempre dois segundos adiantado em relação ao que está a dizer. Quando fala ouve-se a falar, quando está na televisão procura ver que câmara está a gravar, quando diz uma piada sorri antes de todos os restantes, quando tem o que considera uma boa ideia entusiasma-se antes do tempo. O resultado é um discurso e uma pose que parecem encenados (e são, mas quase sempre no momento). A tragédia de Portas é que a suas qualidades são também os seus defeitos.
Claro que salvar a carne de vaca poderia mesmo ser considerado demagogia.
O grande problema da indefinição ideológica de Manuela Ferreira Leite e do PSD, preocupados que estão em não assustar os votantes mais à direita com propostas de esquerda e os votantes mais à esquerda com propostas de direita, é que abre espaço em ambos os lados do espectro para que outros possam surgir como mais atractivos para quem prefere clareza. Paulo Portas percebeu-o e mostrou, no debate que acabou há pouco, quão grave isso pode ser para o PSD.
(Isto partindo do princípio que a ideologia e as propostas concretas ainda significam alguma coisa neste país.)
A declaração de Manuela Ferreira Leite de que não há asfixia democrática na Madeira é lamentável. Há coisas em que, por inabilidade ou obstinação, Ferreira Leite faz exactamente o oposto do que devia fazer. O facto do PS ter vindo a fazer mais ou menos o mesmo nos últimos anos não serve de desculpa.
Finalmente viu-se alguém a falar abertamente dos benefícios da concorrência nas mais variadas áreas da economia. No debate de hoje na SIC, entre Paulo Portas e Jerónimo Louçã, Portas colocou a tónica no ponto certo. Na maior parte das vezes, a questão não é se as empresas ou os serviços são públicos ou privados. É assegurar que existe concorrência. É a concorrência que força a necessidade de melhorar produtos, serviços e preços. E isto aplica-se em todos os sectores.
Portas também esteve bem noutra área, onde ontem Manuela Ferreira Leite não conseguira ter réplica adequada para a retórica tonitruante de Francisco Louçã: a das nacionalizações. Teriam custos gigantescos em indemnizações, em retracção do investimento estrangeiro e na redução de lucros decorrente das empresas passarem a ser geridas com finalidades mais políticas que económicas. À esquerda continua a acreditar-se no dirigismo estatal. Provavelmente até ainda se acredita em planos quinquenais.
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