O Movimento de Defesa dos Jardins do Palácio de Cristal tem a correr uma petição para exigir um referendo local sobre o polémico projecto de requalificação. Não a posso assinar por estar recenseado em Gaia. Os portuenses podem fazê-lo aqui (ou na rua de Santa Catarina nos dias e horas indicados no link).
Na sequência dos posts anteriores sobre o assunto, chamo a atenção para o blogue Defesa dos Jardins do Palácio, do movimento com o mesmo nome.
Expliquei aqui por que me faz confusão a tendência actual para preferir construções frias e marcadamente artificiais a estéticas e arquitecturas mais orgânicas. Continuo a pensar que o projecto de "requalificação" do Pavilhão Rosa Mota tem o ponto negativo de trocar um lago aprazível (mesmo que com águas frequentemente atulhadas de folhas e lixos vários) por um "espelho de água" frio e desinteressante (presumo que sem patos). Há ainda a questão de saber quantas árvores serão eliminadas para a construção do novo edifício. Por tudo isto, e apesar de não concordar nem com o tom político-partidário expresso no texto nem com o ataque que nele é feito ao previsto modelo de gestão do pavilhão, assinei esta petição. Quem desejar mais informação pode ler no Dias com Árvores estes posts sobre o assunto: um, dois, três.
(Fotos do "charco" - terminologia do arquitecto responsável pelo projecto de requalificação - tiradas hoje.)
Genericamente tenho opinião positiva da gestão de Rui Rio à frente da Câmara do Porto. Mas a "requalificação" (termo detestável pelo que presume e pelo que esconde) do Pavilhão Rosa Mota preocupa-me. Parece haver uma tendência, de que o expoente máximo no Porto (ou pelo menos o mais discutido) é a Avenida dos Aliados cimentada por Siza Vieira já durante as presidências de Rio, para desprezar tudo o que pareça natural (árvores, lagos, pisos de gravilha, ordenação não evidente), substituindo-o por construções onde a intervenção humana se torne flagrante: edifícios, "espelhos de água", vastas extensões de pedra lisa e nua. Tudo indica que o projecto apresentado há uma semana, da autoria do arquitecto José Carlos Loureiro (também responsável pelo pavilhão actual, que em 1956 substituiu o verdadeiro Palácio de Cristal, no que foi provavelmente o crime arquitectónico mais grave cometido na cidade durante o século XX) vai nesse sentido. Para uma análise mais detalhada é favor ler Antes o Charco que tal Espelho, de Paulo Araújo, no Dias com Árvores.
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