como sobreviver submerso.

Quarta-feira, 16 de Setembro de 2015
Dicionário de português, versão jornal Público, Largo do Rato

Blogue_CapaPúblico.jpg

 

Apoiar é sinónimo de exigir.

 

Notas.

1. Ironicamente, revelando um Passos prudente e sensato e mantendo vivos os esforços de desculpabilização de Sócrates (não excluir a hipótese de ter sido ele a cedê-la ao Público), a carta beneficia um e outro. Para Costa, fica o habitual papel de número dois do amigo de Carlos Santos Silva.

2. Ah, dirão alguns, Passos pode não ter exigido a vinda da Troika mas desejava-a. Creio que, dispondo da escolha, ele teria preferido governar sem tutelas mas, na verdade, não faço ideia. Sei é que, em 2011, eu desejava a vinda da Troika. Como desejarei uma intervenção tão rápida quanto possível da polícia se assistir a um crime ou do INEM perante um acidente grave.

3. Devia haver assuntos mais merecedores do principal título da primeira página de um jornal dito «de referência». Notícias, talvez.



publicado por José António Abreu às 15:34
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Quinta-feira, 30 de Julho de 2015
«Coligação apresenta pouco programa e muito medo»
Houve uma época em que eu comprava e lia o Público. Fazia-o pelas notícias, pelas críticas a livros, discos, filmes, peças de teatro e exposições, pelas colunas de opinião. Hoje, não o compro e raramente o leio, mesmo online. Julgo que continua a ter críticas a livros, discos, filmes, peças de teatro e exposições. Tenho a certeza de que continua a ter colunas de opinião. Parece-me é que quase já não tem notícias.


publicado por José António Abreu às 16:05
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Sexta-feira, 26 de Março de 2010
As pessoas que vão aos concertos ouvir a música

Quem leu mais de meia dúzia de posts neste blogue já deve ter percebido que gosto de música. Gosto de música gravada e gosto de música ao vivo. No entanto, tenho um problema em concertos pop/rock. Sempre fui um rapaz pacato. Nunca me deu para andar aos saltos a berrar fosse o que fosse. Num tremendo indício de nerdismo, até costumava acompanhar a letra dos temas que ouvia pelo folheto do CD (é por isso que insisto até hoje que So Cruel é o melhor tema de Achtung Baby, dos U2). Esta característica impede-me de ser o gajo mais apreciado nos concertos. Pelo contrário: sou o gajo – ainda por cima de quarenta anos – que fica parado (abanando ligeiramente a cabeça ou, nos dias de desvario, o corpo) a ouvir a música, e que bate muitas palmas no final de cada tema. Estes gajos são irritantes. São-no para as bandas, que gostam de ver a assistência aos pulos porque só assim conseguem ter a certeza de que está tudo a correr bem (a insegurança dos artistas…), e para o resto do público, que se pergunta: «Mas o que é que este cromo veio fazer a um concerto dos Wraygunn?»

 

Devo confessar que não tenho uma explicação válida. Só me posso defender dizendo: se paguei o raio do bilhete (e não, não sou daqueles que arranjam bilhetes de borla) é porque quero assistir ao raio do concerto. Imóvel, aos pulos, ou a fazer o pino – isso é cá comigo. (Mas a fazer o pino não me atrai porque também não tenho o melhor dos equilíbrios e, além disso, a visão do palco deve ser fraca). Portanto, da próxima que vez que vós, jovenzinhas e jovenzinhos, virem um quarentão imóvel num concerto dos Clã, ou dos Linda Martini, ou dos Buraka Som Sistema (como é que alguém consegue não dançar num concerto dos Buraka? Não sei, mas eu consigo) nem percam tempo a pensar nele e pulem à vontade.



publicado por José António Abreu às 21:58
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Terça-feira, 3 de Novembro de 2009
O carreiro
Sou leitor regular (não diário mas quase) do jornal Público. Há um par de anos, quando o excelso, impoluto e visionário licenciado em engenharia que nos lidera começou a atacá-lo (verbalmente e excluindo-o das campanhas publicitárias de organismos estatais), passei a comprá-lo ainda mais amiúde: quando o poder é arrogante, mais necessárias se tornam as vozes dos que não se deixaram comprar ou ofuscar. Nos últimos meses, o Público terá cometido erros. Ter-se-á deixado usar pelos interesses (e pela falta de jeito para intrigas) do PSD e do Presidente da República. É possível que sim. Mas prefiro, de longe, um jornal que comete erros mas investiga e noticia os inúmeros casos dúbios (e «dúbio» é um eufemismo tão grande que até tenho vergonha do o escrever) da política portuguesa do que outro, que finge ser sério e isento quando mais não é do que uma versão circunspecta do Acção Socialista.
 
A saída de José Manuel Fernandes era inevitável. Nada em Portugal subsiste sem o beneplácito do Estado. Trata-se quase de um milagre – agradeça-se ao feitio «antes quebrar que torcer» da família Azevedo – que o Público tenha aguentado durante tanto tempo. Como no caso da TVI, isso acabou. No primeiro editorial da nova direcção perpassa algum nojo pelo passado recente. Anuncia-se uma nova etapa. Menciona-se o fundador Vicente Jorge Silva (ainda por cima para referir as críticas que ele – um ex-deputado socialista – fez recentemente ao jornal) mas evitam-se referências a José Manuel Fernandes. Não surpreende: afastamo-nos tão rapidamente quanto podemos dos que caíram em desgraça. No mundo animal, o instinto de sobrevivência tende a prevalecer sobre todos os outros. Discordei muitas vezes de José Manuel Fernandes. Considero que cometeu erros grosseiros. Mas escrevia o que pensava. Hoje, não sei (ainda?) o que é o Público. O pormenor dos editoriais passarem a não ser assinados é menor mas significativo. Escrevia alguém algures que na maioria dos países não é habitual os editoriais serem assinados. Outra pessoa ironizava com a coincidência de muitos dos que se insurgem contra o facto lerem a The Economist, onde também não são. A verdade é que a The Economist tem uma linha editorial clara. Toma posição em todas as questões importantes. Como é de resto tradição no mundo anglo-saxónico. (Mas não só: alguém tem dúvidas quanto ao alinhamento do El País ou do El Mundo?) Em Portugal, nação de pessoas cinzentas, comprometidas e cobardes, nenhum meio de comunicação se atreve a fazê-lo (excepto – quão ridículo se pode ser? – quando a política em debate é a norte-americana). A «neutralidade» (um conceito absurdo e maligno) é um mantra na comunicação social, o «respeitinho» a regra que ninguém se atreve a questionar. Com a previsível entrada do Público no carreiro dos órgãos de comunicação bem-comportados (outro eufemismo), este «ninguém» está cada vez mais pequeno.


publicado por José António Abreu às 20:16
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Sexta-feira, 26 de Junho de 2009
Pi

Compro regularmente o Público (o jornal, que não tenho dinheiro nem possuo canais de televisão para me abalançar a comprar o outro). Aprecio os colunistas mesmo quando me deixam a ranger os dentes de irritação e considero-o um dos poucos órgãos de comunicação social com carácter suficiente para resistir às pressões do nosso querido Primeiro-Ministro e de sus diligentes muchachos. (O Sol também mas tem o “outro” engenheiro, a TVI também mas tem a Manuela.) A edição de sexta-feira é, de longe, o meu semanário preferido (mas era-o ainda mais quando o Inimigo Público saía nesse dia). Nas últimas semanas tenho também comprado o i. Alguns colunistas não são brilhantes, o espaço dedicado à cultura é exíguo (por favor, aprendam com o já confessado erro do governo), o posicionamento ideológico é um pouco cinzento (talvez rosa – vá lá, rosa claro – fosse mais correcto) mas as tentativas para explicar e desenvolver os assuntos, a fuga (com uma ou outra escorregadela) a temas ocos, a revista dos Sábados e até o lay-out, o tamanho, o papel (muito melhor que o do Público), e os agrafes me agradam.

 

Ainda assim, reparei hoje que se calhar tudo o que ficou acima é irrelevante. Por razões que me escapam, parece que sou compelido a comprar jornais com uma única letra no cabeçalho.

 

 



publicado por José António Abreu às 12:53
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Quinta-feira, 4 de Junho de 2009
Blographo.

Excelente, o novo blogue do Público com imagens dos fotógrafos do jornal. Muitas estão comentadas pelos autores, o que, para quem gosta do processo de construção da imagem (onde sorte, técnica e capacidade de antevisão se misturam), é um motivo extra para visitar o blogue.



publicado por José António Abreu às 22:12
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