como sobreviver submerso.

Terça-feira, 24 de Outubro de 2017
Gestão do curto prazo

Senão vejamos: quando pegamos nas medidas tomadas pelo governo em 2017 e excluímos as rubricas de “poupanças nas despesas de funcionamento” que nunca são explicadas, e portanto são extremamente genéricas, temos que, sem o efeito da poupança dos juros, o défice estrutural em 2017 manter-se-ia igual a 2016 (cerca de 2%) e não em 1.8% apresentados pelo governo. Com a redução dos juros, o défice estrutural reduz-se em cerca de 0.1 p.p..

[...]

E para 2018? Para 2018 vamos assistir a uma manutenção do défice estrutural em 2%, novamente à custa da redução dos juros. Repetindo o exercício anterior, em 2018 as medidas tomadas fazem a receita cair 100 M€ e a despesa aumentar 460 M€. Isto daria um agravamento do défice estrutural em 0.3 p.p. Contudo, uma poupança de juros na ordem dos 400 M€ permitirá manter o défice estrutural estável (mas não reduzi-lo como o governo afirma).

Note-se, assim, que sem a redução dos juros o défice estrutural em 2018 atingiria um valor próximo de 2.5% (sendo que em 2016 estava em 2%). As medidas tomadas por este governo representam já um agravamento do défice estrutural em mais de mil Milhões de Euros. Por agora não se nota: o crescimento económico permite esconder esta realidade. O problema vai ser quando tivermos de enfrentar uma nova recessão.

 

Da análise de Joaquim Miranda Sarmento, no Eco.


publicado por José António Abreu às 00:41
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Segunda-feira, 31 de Outubro de 2016
Transparência à socialista

1.

Faltavam dados no orçamento de Estado para 2017. Dados que, legalmente, o governo estava obrigado a fornecer e cuja ausência tornava difícil perceber a lógica por trás das previsões. Enquanto pôde, o governo resistiu a entregá-los. Não surpreende: sabemos há muito que a definição de «transparência» muda durante os governos socialistas. Perante a complacência geral, a verdade tende a assumir a forma das declarações oficiais.

 

2.

Mas, afinal, o que assusta o governo? Talvez que se perceba a inconsistência das previsões. E a mentira criada para a esconder.

 

3.

Em duas semanas, sem que tivesse ocorrido o anúncio de qualquer nova medida, receitas e despesas mudaram. Centeno, a estrela da Economia que iria pôr o país a crescer a mais de 3% ao ano, parece hoje limitar-se a ajustar números no Excel, de acordo com as conveniências.

 

4.

E era conveniente passar a ideia de um orçamento muito mais cor-de-rosa do que na verdade ele será. Veja-se o exemplo do ministério da Educação; em duas semanas, um crescimento das verbas disponíveis de 3,1% transformou-se num corte de 2,7%. O valor orçamentado é agora ligeiramente inferior ao de 2013. Porém, enquanto na altura Bloco, PCP e Frenpof anunciavam o «ataque à escola pública», hoje assinam de cruz e Mário Nogueira permite-se mesmo chamar «cretino» a quem se atreve a referir as suas incoerências. Televisões, rádios e jornais, entretanto, referem apenas que Centeno, embora no limite do prazo com que se comprometera, até enviou os dados. Alguém lhe ofereça um cartão de parabéns, por favor.

 

5.

E depois há a execução de 2016 e o truque das cativações. Elas existiram em anos anteriores, mas hoje, neste período pós-austeridade em que deveriam mostrar-se desnecessárias, são afinal cruciais para o cumprimento dos objectivos do défice - os únicos em que, ironicamente (falhados que foram os de crescimento, investimento e consumo), o governo está empenhado. Mais uma vez, Bloco e PCP parecem ter-se tornado panglossianos: este é o melhor dos mundos possíveis.

 

6.

De resto, as ironias acumulam-se. Nos montantes e termos actuais, as cativações - despesa orçamentada que o governo não deixa utilizar - significam serviços públicos em degradação acelerada. Hospitais, escolas, transportes públicos. Rui Ramos escreveu-o melhor do que ninguém: O governo devolve salários ao funcionalismo, mas tira-lhe, ao mesmo tempo, os meios para desempenhar o seu papel. Não poderia haver melhor sinal de que o Estado social só interessa ao governo e à maioria como uma bolsa de clientelas e de dependentes, e não como prestador ou garante de serviços à sociedade. A geringonça - formalmente de esquerda - não parece notá-lo. A comunicação social também não.

 

7.

As cativações representam igualmente atrasos nos pagamentos ao sector privado. Este foi um cancro dos últimos anos do governo Sócrates que a Troika tentou imediatamente corrigir, consciente dos seus efeitos: preços mais elevados para o Estado e dificuldades financeiras para inúmeras empresas. Na ânsia de fingir que tudo vai bem, a «geringonça» garante ao Estado custos superiores no futuro e a Portugal um menor crescimento económico desde já.

 

8.

Pouco importa. A lógica do governo é a sua própria sobrevivência, gerida dia a dia. Com uma comunicação social domada, com os sectores mais reivindicativos razoavelmente satisfeitos, com um sociedade cujo grau de conformismo pouco evoluiu desde os tempos do Estado Novo (para não recuar mais), a «geringonça» está à vontade.

 

9.

Nunca saberemos quais teriam sido os resultados de uma política que tivesse incentivado o investimento em vez de o afugentar, que tivesse devolvido os cortes de salários e pensões num ritmo mais lento para que essa devolução não se reflectisse na qualidade dos serviços e nos prazos de pagamento do Estado, que tivesse garantido gestão profissional e apolítica nos transportes públicos, que tivesse enfrentado a necessidade de reformar a Segurança Social. Mas sabemos que, em meados de 2015, tendo provavelmente aplicado um «efeito multiplicador» negativo ao cenário, Centeno garantia que essas opções representariam um crescimento de 1,7% em 2016. Quase o dobro do que ele se prepara para conseguir.

 

10.

Governar é assumir compromissos. Uma grande parte de governar em democracia é assumi-los em transparência. Numa perspectiva de futuro, os compromissos deste governo são péssimos, a sua falta de transparência assustadora. Mas os portugueses nunca foram de pensar no futuro e, desde que sintam estar a receber algumas migalhas, convivem bem com a dissimulação e com a mentira. É tradicionalmente a sorte dos caciques, é também a sorte da «geringonça». Até ao momento em que as migalhas acabem.



publicado por José António Abreu às 11:09
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Sexta-feira, 21 de Outubro de 2016
Resumo da intervenção de João Galamba no Fórum TSF desta manhã

Manuel Acácio: «Acha bem as pensões mais reduzidas não serem aumentadas?»

João Galamba: «É preciso ver que existe o complemento solidário para idosos.»

Manuel Acácio: «Mas o acesso ao complemento tem vários problemas...»

João Galamba: «Admito que sim, mas essa é outra questão; agora estamos a discutir o orçamento.»



publicado por José António Abreu às 17:57
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Segunda-feira, 17 de Outubro de 2016
Gestão de um falhanço

A estratégia do governo para a economia falhou rotundamente. É o próprio governo a reconhecê-lo, no orçamento para 2017, ao abandonar a via do consumo interno (prevê-se que o consumo privado aumente 1,5% e que o consumo público caia 1,2%) pela das exportações (previsão de aumento de 4,2%). Ou seja: Costa e o PS tomaram o poder após uma derrota eleitoral para, um ano decorrido, começarem a admitir a validade das opções do governo PSD-CDS. Infelizmente para o país, esta correcção de rota significa pouco: muitas medidas, já implementadas ou a implementar, servem de lastro a uma estratégia coerente e com um mínimo de hipóteses de sucesso. Não estamos somente perante um ano desperdiçado (um ano crucial, com o BCE a ajudar na frente da dívida pública) mas também perante a destruição de um ambiente favorável, que este governo nunca conseguirá recuperar - até porque, de forma a agradar às clientelas e aos parceiros da «geringonça», continua a introduzir medidas erradas e a evitar reformas necessárias. Na prática, o PS encontra-se entalado entre, por um lado, as pressões de Bruxelas, dos mercados (seria este orçamento igual se não fosse necessário convencer a DBRS?) e do BCE (onde se desespera ao ver a forma como vários governos aproveitaram a política monetária para adiar reformas) e, por outro, as pressões do PCP, do Bloco e das promessas irrealistas que Costa fez em 2015, com suporte técnico de Centeno, Galamba, Trigo Pereira, etc.

 

Mas a situação do Partido Comunista e do Bloco de Esquerda é ainda mais difícil. Todos sabemos por que motivo o PCP aceitou integrar a «geringonça»: não podia autorizar a cedência a privados da gestão dos serviços públicos de transportes, pois isso representaria abdicar de toda a sua capacidade reivindicativa. Quanto ao Bloco, acossado pelo Livre, viu uma oportunidade para retirar PSD e CDS do governo e amarrar o PS às suas políticas. Há um ano, PCP e Bloco ainda conseguiram impor medidas relevantes a António Costa. Hoje, essa capacidade desvaneceu-se. Sendo o ónus de derrubar o governo demasiado pesado, aceitam tudo o que Costa está disponível para lhes dar. Neste orçamento, ele permitiu-se deixá-los a papaguear e a gesticular enquanto ia até à China; no regresso, como faria a qualquer arrumador de veículos, deu-lhes os trocos que tinha no bolso. Catarina e Jerónimo passarão semanas a queixar-se de que não estamos perante um orçamento de esquerda, mas aprová-lo-ão. E, não obstante a sobrevivência da sobretaxa de IRS e a inexistência de aumentos salariais na função pública, a CGTP permanecerá fora das ruas. «Assim se vê a força do PC», o velho slogan comunista, é hoje uma punchline.

 

Se, nos finais de 2015, ainda existia alguma margem para a dúvida, agora tal já não acontece. O orçamento para 2017 demonstra à saciedade que o governo de Portugal se encontra integralmente assente em interesses pessoais e partidários de curto prazo. Convicções genuínas e visão de futuro não existem ou são irrelevantes. Enquanto isto, o país aguarda, afundando-se devagar. Algo que os portugueses, atávicos no seu complexo de inferioridade mas também no medo em relação a toda e qualquer mudança comportando risco, parecem achar bem.



publicado por José António Abreu às 18:18
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Sábado, 15 de Outubro de 2016
Simplexidade

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O governo admite que Portugal crescerá em 2017 quase tanto como cresceu em 2015, pouco mais do que crescerá em 2016, menos de metade do que deveria crescer (de acordo com as projecções iniciais de Centeno et al), e também menos do que cresceria com um governo PSD-CDS (mesmos crânios, mesma época). Para atingir tão entusiasmante resultado, o orçamento de Estado propõe várias medidas imaginativas, que - evidentemente - nada têm a ver com austeridade.

A sobretaxa de IRS, que Costa prometera eliminar no final de 2016, acabará em Abril de 2017 para rendimentos entre 7 mil e 20 mil euros, em Julho de 2017 para rendimentos entre 20 mil e 40 mil euros, em Outubro de 2017 para rendimentos entre 40 mil e 80 mil euros, e em Dezembro de 2017 para rendimentos acima de 80 mil euros.

Um novo imposto sobre o património imobiliário será adicionado ao IMI (ele próprio redesenhado para dar mais peso a factores como a qualidade da vista e a exposição solar), mas só para património acima de 600 mil euros, na parte em que exceda este valor e desde que não esteja dedicado a actividade industrial ou turística. Em contrapartida, desaparecerá o imposto de selo para património acima de um milhão de euros, com vantagem para os proprietários.

As pensões até 838 euros serão aumentadas de acordo com a taxa de inflação em Janeiro e as pensões até 628 euros terão um aumento suplementar em Agosto, até aos dez euros de aumento total. As pensões acima de 838 euros serão aumentadas em Janeiro consoante a taxa de inflação menos meio ponto percentual (o valor final deverá rondar os 0,2-0,3%). As pensões mais baixas de todas (não contributivas e rurais) não terão aumento.

Metade do subsídio de Natal dos funcionários públicos será pago em duodécimos e a outra metade antes do Natal.

Haverá uma nova taxa sobre refrigerantes e bebidas com teor de álcool entre 0,5% e 1,2%, com um escalão até às 80 gramas por litros de açúcar e outro acima deste valor. Exceptuam-se sumos e néctares de fruta ou de algas, bebidas à base de leite, soja, arroz, amêndoa, caju ou avelã. E exceptuam-se as restantes se fizerem parte de um processo de fabrico (i.e., forem matéria-prima ou produto intermédio).

Haverá também aumento de impostos sobre o álcool, sobre o tabaco, sobre as munições à base de chumbo (Passos pode não gostar do orçamento mas este é um ponto que a maioria dos coelhos aprova), sobre a compra de veículos a gasóleo, sobre a posse de veículos, sobre o alojamento local e sobre as festinhas a cães de outras pessoas, excepto se forem rafeiros (okay, esta última não é verdade - por enquanto).

Tudo isto depois de uma redução no IVA na restauração, excepto em algumas bebidas e em comida para levar; de um imposto sobre os produtos petrolíferos com ajuste trimestral; da redução do horário de trabalho na função pública para as 35 horas, excepto para trabalhadores com contratos individuais; de um perdão fiscal que não é um perdão fiscal e pode assumir a forma de prestações.

 

---------

 

1. É delicioso ver Bloco de Esquerda, Partido Comunista e CGTP (desculpe-se o pleonasmo) apoiarem orçamentos como este. Sendo verdade que dá tudo o que pode aos dependentes directos do Estado, não deixa de dar apenas migalhas - e até se permite não aumentar as pensões mais baixas. Tenho de reconhecer que, no que respeita a garantir os seus interesses pessoais, Costa pode mesmo ser um génio. Manietar desta forma o PCP não é para qualquer um.

2. A realidade da economia vai-se impondo. De tal modo que, nos números (nunca nas palavras), Centeno quase desceu à Terra.

3. Em 2012, Vítor Gaspar assumiu ir introduzir um «enorme aumento de impostos». Ainda é criticado pela franqueza (mais até do que pela medida). Tal nunca sucederá com governos do Partido Socialista. E com razão: os portugueses parecem preferir a mentira e o eufemismo. Ao ponto de muitos fazerem questão de ver o dinheiro entrar-lhes na conta antes de sair para pagar impostos.

4. Não era suposto haver um ministério para a simplificação administrativa?

 

 

Imagem recolhida n'O Insurgente.


publicado por José António Abreu às 17:44
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Sábado, 8 de Outubro de 2016
Dos perdões inexistentes e das reavaliações à moda da esquerda
Como se sabe, há um perdão fiscal que, sendo apenas diferente de um perdão fiscal porque até autoriza os infractores a pagar as dívidas a prestações, de modo nenhum é um perdão fiscal, muito menos se destina a recolher uns euros suplementares até ao final do ano.

E parece que também há uma medida de incentivo à reavaliação de activos que, embora transfira receitas do futuro para o presente e ajude muito mais as grandes empresas do que as pequenas e médias, não decorrerá certamente de necessidades orçamentais (todos sabemos que, nestes tempos pós-austeridade, as contas públicas andam über-catitas) mas do facto de estarmos perante um governo que se preocupa acima de tudo com os mais fracos.


publicado por José António Abreu às 14:25
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Sexta-feira, 16 de Setembro de 2016
Dúvida ingénua

E os partidos políticos? Vão ser obrigados a pagar o novo imposto ou, como sucede no IMI, ficarão isentos? Em especial o PCP, o mais rico de todos, com os seus 15 milhões de euros em património imobiliário?



publicado por José António Abreu às 08:43
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Quarta-feira, 16 de Março de 2016
A hipótese inaudita
Discordo da escolha de Pedro Passos Coelho no caso da votação das ajudas à Grécia e à Turquia. Acho que, a cada oportunidade, devia forçar Bloco e PCP a assumirem as responsabilidades inerentes à viabilização do governo. Mas, por incrível que pareça neste mundo de enviesamentos, no qual a alguns é exigida a perfeição e a outros tudo se perdoa, das políticas mais irresponsáveis à corrupção mais óbvia, até ao instante em que fingir se revela impossível (vide Sócrates, Lula e Dilma, Tsipras, Maduro, Kirchner), por incrível que pareça num político que «nasceu» no partido e se rodeou - e ainda rodeia - de algumas figuras de ética questionável, vai-se a ver e as decisões de Passos Coelho decorrem muito mais daquilo que ele entende ser o interesse nacional do que de jogos político-partidários. Relembrem-se as hipóteses que deu a Sócrates, a tirada «que se lixem as eleições», a insistência durante a campanha num assunto tão pouco eleitoralista como a reforma da Segurança Social ou a resistência, em finais de 2014, ao desejo do CDS de eliminar parte da sobretaxa de IRS no orçamento para 2015 (uma solução que, sabemo-lo hoje, teria sido irresponsável, e que foi substituída por outra que, embora responsável e inteligente, acabou por lhe causar mais problemas do que a cedência pura e simples teria alguma vez causado). Tudo posições na linha do sentido de voto nos casos do Banif e das ajudas à Grécia e à Turquia. Num país de chico-espertos, de orgulhosos especialistas no «desenrascanço», onde se elogia acima de tudo a capacidade de, a cada instante, manobrar as situações em benefício próprio e não a assumpção de responsabilidades ou a visão de longo prazo (e, por conseguinte, onde António Costa é um génio e o radicalismo do PS durante os anos da Troika algo natural), as posições de Passos Coelho constituem uma aberração que pode fazê-lo descer nas sondagens e até mesmo perder a liderança do PSD. Mas - e escrevo-o consciente de que, não obstante as frases iniciais deste texto, rapidamente surgirá quem me acuse de «facciosismo» e/ou «ingenuidade» - podem também constituir um dos poucos gestos dignos de verdadeiro respeito que a política portuguesa produziu nos últimos meses.


publicado por José António Abreu às 13:44
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Sexta-feira, 5 de Fevereiro de 2016
O PCP e o Bloco sabem?
Depois de tudo o que o que António Costa disse sobre o assunto, o orçamento para este ano prevê menos dinheiro para as escolas públicas e mais para as privadas.


publicado por José António Abreu às 21:26
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Quinta-feira, 4 de Fevereiro de 2016
Da lógica

1. No esboço original do orçamento, o governo previa um crescimento da economia de 2,1% e um défice público de 2,6% do PIB;

2. Partindo do esboço original do orçamento, a Comissão Europeia antecipou um crescimento de 1,6% e um défice de 3,4% e o FMI um crescimento de 1,4% e um défice de 3,2%;

3. O governo e o PS asseguram que as previsões da Comissão Europeia e do FMI se baseiam em dados desactualizados, por não levaram em consideração as medidas entretanto propostas pelo governo;

4. Como é que isso justifica os desvios?



publicado por José António Abreu às 16:21
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Sexta-feira, 29 de Janeiro de 2016
Esboço de orçamento para enganar papalvos
A trafulhice não surpreende: imagem de marca dos governos socialistas recentes, só confirma as suspeitas sobre a falta de seriedade intelectual de Costa e de Centeno. Mas classificar como extraordinárias medidas que obviamente representam despesa corrente constitui tamanho insulto à inteligência alheia que ainda incomoda ligeiramente - e acima de tudo envergonha, por recuperar o lugar-comum do português que utiliza todos os expedientes para tentar evitar o que tem de fazer. Depois disto, será lícito esperar respeito por parte de técnicos e ministros das finanças europeus? Há um ano, Varoufakis perdeu a consideração dos colegas por arrogância (faça-se-lhe a justiça: claramente assumida); Centeno, com o sorriso cada vez mais parecido com o de um vendedor de carros usados (as minhas sinceras desculpas aos vendedores de carros usados), irá perdê-la por esperteza saloia.

Mas enfim, sejamos positivos: pelo menos como espectáculo para consumo de pipocas, a coisa promete. Vai ser divertido assistir ao braço de ferro entre governo, comissão europeia, bloco de esquerda e partido comunista. E pode ser que entretanto a DBRS resolva juntar-se à festa. Nesse caso, os tempos ficarão mesmo muito, muito interessantes.



publicado por José António Abreu às 10:55
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Terça-feira, 26 de Janeiro de 2016
O regresso dos maus da fita e o poder do pensamento positivo
Moodys afirma que esboço do orçamento de Estado é optimista e repete erros do passado.
Fitch considera que orçamento assenta em pressupostos de crescimento «irrealistas» e ameaça descer rating de Portugal.

Não será altura de a intelligentsia nacional começar novamente a bramir contra as agências de rating? (Poupando a DBRS, claro - por enquanto.)

 

Governo acredita que por cada euro de estímulos, retoma devolve quatro.

Funcionou bem em 2009 e 2010, não foi? E as PPP até se pagaram a elas mesmas...



publicado por José António Abreu às 17:16
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Sexta-feira, 22 de Janeiro de 2016
Aleluia, irmão!
Centeno acredita que o cenário externo vai melhorar – baseando-se “nas organizações internacionais”. Vem aí mais crescimento mundial, diz o ministro.

 

(E agora vou parar, que afinal isto não é um espaço de divulgação do ministro Centeno.)



publicado por José António Abreu às 16:36
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Mário Centeno da Nóvoa

Como é que o défice desce, apesar das medidas de reversão?

«Através de uma política orçamental que consiga materializar as direcções que nós definimos como objectivos. Através de uma contenção daquilo que é a execução orçamental, um crescimento muito contido na dinâmica orçamental, e com um conjunto de medidas que reforça o potencial de crescimento da economia portuguesa, desde logo o que é a recomposição fiscal, desde logo o que é o apoio à recuperação dos rendimentos da população.»

Ah, pronto. Assim sendo...



publicado por José António Abreu às 16:23
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A austeridade acabou
Mas vários impostos aumentam e a descida do IVA na restauração fica para mais tarde.

 

(Como é óbvio, os automobilistas questionados pelas televisões nos postos de abastecimento continuarão a bradar contra a ganância das companhias petrolíferas.)



publicado por José António Abreu às 16:19
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Quarta-feira, 16 de Outubro de 2013
Não tivessem entretanto subido os impostos

e o governo teria finalmente apresentado um muito razoável orçamento para o ano de 2012.



publicado por José António Abreu às 11:23
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Quinta-feira, 14 de Fevereiro de 2013
Notas sobre o orçamento da (des)União

1. Tem o seu interesse que, vinte e sete anos e incontáveis projectos de investimento depois, permaneçamos à espera de «fundos» da União Europeia e encaremos qualquer corte não apenas como uma desilusão mas como uma tremenda injustiça. Quando ela existiu desde o início, durante quantas décadas se pode reclamar solidariedade?

 

2. Evidentemente, torna-se forçoso reconhecer que, desde a adesão, vários governos portugueses aceitaram reduções de produção em troca de dinheiro comunitário. Foi um erro que devia ter-nos aberto os olhos para a evidência de que, a prazo, injecções de dinheiro público raramente compensam cortes – forçados ou não – na capacidade produtiva (maioritariamente privada).

 

3. Não abriu. No caso em apreço, inúmeras vozes clamam pelo desvio de mais recursos dos bolsos dos contribuintes para o orçamento comunitário e, através deste, para os governos em dificuldades. Por cá, até se compreende. Seriam outros contribuintes a pagar a factura.

 

4. Pelo menos até as políticas de «incentivo ao crescimento» falharem outra vez e se descobrir – com genuína surpresa e indizível horror – que estava criado mais um monstro insaciável. Na verdade, é possível que já esteja.

 

5. Existem razões válidas para se desejar um orçamento comunitário mais elevado. Todas aquelas que decorrem de uma vontade genuína para aumentar a união política. Mas esta não pode significar apenas um acréscimo de verbas no orçamento. Tem – para quem a defenda – de significar também a transferência efectiva de poderes do nível nacional para o nível europeu, com a consequente redução de cargos políticos e de verbas orçamentais a nível nacional. O que exige cidadãos europeus disponíveis para verem as políticas fiscais, de investimento, de emprego, de educação, de saúde, etc, serem decididas a partir de Bruxelas. Sem eleições, isto é impensável. Com eleições, provavelmente também mas trata-se de um cenário com o qual nem vale a pena perder tempo: as probabilidades de, a curto/médio prazo, elas virem a existir são menores do que as de apanhar David Cameron cantando La Marseillaise com o punho cerrado e a voz embargada de emoção (e daí, talvez não seja assim tão improvável: eu faço-o durante o Casablanca).

 

6. No fundo, tendo em conta as limitações do xadrez actual, é simples. Quem acreditar que, na situação de défices e dívidas em que quase todos os países europeus se encontram mergulhados, uma correcção é inevitável e que os governos – incluindo o arremedo sediado em Bruxelas – devem conter gastos porque a aplicação dos recursos que teriam de retirar da economia privada (ou inventar através do BCE – mas, ei, todos detestamos especulação, certo?) não geraria efeitos suficientes e duradouros, só pode apoiar um aumento das verbas orçamentais na perspectiva enunciada no ponto 3 (a curto prazo, para alguns países, entre os quais Portugal, seria positivo, uma vez que a conta seria paga alhures). Quem acreditar que o aumento das transferências de dinheiro dos bolsos dos cidadãos dos países «contribuintes líquidos» para os governos dos países que, décadas de fundos mal utilizados pelas costas, ainda clamam por auxílio pode não apenas resolver a crise em que estes se encontram mergulhados mas ser conseguido sem perguntar a esses mesmos cidadãos sobre a sua disponibilidade para realizar o esforço, defenderá um orçamento comunitário reforçado. Muito mais reforçado. Cada vez mais reforçado.



publicado por José António Abreu às 23:32
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Terça-feira, 22 de Novembro de 2011
Teimosia e precaução
Carlos Zorrinho diz que só «a teimosia» ou «eventual excesso de precaução» pode impedir o governo de aceitar as alterações ao orçamento propostas pelo PS. Ele devia ter mais cuidado com a questão de «a teimosia» porque todos nós, detentores de memória não selectiva, ainda nos lembramos de como o governo do Partido Socialista não era propriamente brilhante a aceitar sugestões nos tempos em que dispunha de maioria absoluta. Mas talvez o uso do artigo definido seja uma forma de Zorrinho especificar a teimosia do governo e a separar de qualquer outra. Seria brilhante, convenhamos, embora talvez um tudo-nada excessivamente subtil para o nível hermenêutico médio do espectador televisivo nacional. Seja como for, se na acusação de teimosia Zorrinho pode estar em contradição com o passado recente do PS, na parte do «excesso de precaução» (também poderíamos analisar o uso de «eventual», que me parece enfraquecer um pouco o argumento, mas fica para outro dia) ele encontra-se totalmente à vontade. Excesso de precaução é algo de que ninguém pode acusar o Partido Socialista.


publicado por José António Abreu às 21:55
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Quinta-feira, 13 de Outubro de 2011
Sem paninhos quentes e estão à vontade para me insultar na caixa de comentários

Quando uma empresa privada se encontra na falência, os funcionários dessa empresa sofrem. Quando um Estado se mostra incapaz de cumprir os seus compromissos financeiros, normalmente sofrem todos os cidadãos. Em parte, isto é compreensível: os trabalhadores do sector privado beneficiam de alguns serviços providenciados pelo sector público, sendo do seu interesse que eles se mantenham. Em parte, não é: uma parcela da população dispõe de garantias especiais, obtidas de forma coerciva. Assim sendo, que o esforço de correcção do problema criado pelo sector público (por elevada que a dívida privada também seja, não foi ela que nos trouxe aqui) seja distribuído por todos os cidadãos mas recaia mais sobre os funcionários públicos e das empresas públicas é um acto de justiça. Ainda que, individualmente, a maioria deles nenhuma culpa tenha. Mas o mesmo se pode dizer dos funcionários de uma têxtil ou de uma fábrica de calçado que enfrente a falência.

 

Já quanto ao corte nas pensões, a questão é mais delicada.



publicado por José António Abreu às 22:59
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Quarta-feira, 27 de Outubro de 2010
O canivete suiço
 

Em 1891, o industrial suíço Karl Elsener, dono de uma empresa produzia equipamento cirúrgico, descobriu que o exército suíço usava canivetes multi-funções fabricados na Alemanha. (O canivete era necessário porque o processo de desmontagem de um novo modelo de espingarda obrigava à utilização de uma chave de fendas.) Estando-se numa época em que os sentimentos nacionalistas imperavam, Elsener decidiu fabricar uma versão do canivete alemão e conseguiu contrato para fornecer o exército. Cinco anos mais tarde, através do uso de uma mola especial, que lhe permitiu colocar instrumentos de ambos os lados do corpo do canivete, fez evoluir o design e criou o que por cá se chama «canivete suíço» e, no mundo anglófono, swiss army knife (a patente, de Junho de 1897, referia-se-lhe como «canivete desportivo e dos oficiais suíços»). Em 1909, em homenagem à recém-falecida mãe, Elsener renomeou a empresa Victoria e em 1921, na sequência do surgimento do aço inox, o nome foi novamente alterado, para Victorinox. A Victorinox anuncia os seus canivetes com a frase The Original Swiss Army Knife.

 

A empresa de Elsener não esteve sozinha no mercado durante muito tempo. Em 1893, a Paul Boechat & Cie começou também a produzir uma versão do canivete alemão e a fornecer o exército. Mais tarde, desenvolveu a sua própria versão do «canivete suiço». Já no século XX, a Paul Boechat & Cie foi comprada pelo seu director-geral, Theodore Wenger, que lhe alterou o nome para Wenger. A Wenger anuncia os seus canivetes com a frase The Genuine Swiss Army Knife.

 

Como podem duas empresas usar slogans tão parecidos? Simples. (Mais ainda desde que, em 2005, a Victorinox comprou a Wenger mas isso não vem ao caso). Em 1908, o exército suiço decidiu que para evitar fricções entre cantões (a Victorinox situa-se no cantão de Schwyz, na Suiça central, enquanto a Wenger é da zona francófona do Jura) cada empresa forneceria 50% das necessidades. Colocadas perante o problema de saber como aproveitar a ligação ao exército e fazer publicidade ao canivete sem guerras judiciais pelo meio, Victorinox e Wenger chegaram a um acordo: a primeira passaria a vender «the original swiss army knife» e a segunda «the genuine swiss army knife».

 

Porquê tudo isto? Por nada de especial. Pareceu-me que a história de uma negociação sensata, pragmática e em espírito de boa vontade vinha a propósito.

 

Adenda: Espero que pelo menos fique claro para os que ainda tinham dúvidas que Sócrates desconhece o termo «negociar» e que apenas pretende arranjar forma de fragilizar Passos Coelho, forçando-o a aprovar um orçamento que sempre contestou, ou de poder acusá-lo de ter contribuído para a crise. Não se descobre um artigo na Constituição que nos permita desterrá-lo para uma ilha qualquer? Assim à la Napoleão... (O ideal seriam as Desertas.)



publicado por José António Abreu às 13:02
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Sexta-feira, 24 de Setembro de 2010
Lobo mau, disfarçado de engenheiro, disfarçado de Primeiro-Ministro
«Entra, entra, coelhinho. Deixa aí as tuas coisas junto à porta e vem deitar-te ao pé de mim

 

(É favor ler ao estilo da Ministra da Educação.)


publicado por José António Abreu às 08:22
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Quarta-feira, 27 de Janeiro de 2010
Sai um orçamento curto para o país do canto
É preciso ver as coisas de forma positiva: a nossa extrema-direita não consegue impor-se; a nossa extrema-esquerda faz muito barulho mas já não passa daí; o nosso sistema judicial assegura que banqueiros e políticos que poderiam estar inocentes não acabam na prisão; o nosso sistema educativo evita que as pessoas tenham conhecimentos suficientes para se assustarem com os números da economia; a nossa incoerente política externa dá-nos uma razoável garantia de que não seremos alvo de actos de terrorismo; o nosso desejo de que falem de nós levou-nos a organizar um campeonato da Europa de futebol mas não um campeonato do Mundo, que teria exigido a construção de mais estádios inúteis; usámos inadvertidamente a estratégia certa para dar o prémio Nobel da literatura a um escritor português; termos um regime ditatorial e arcaico evitou que tivéssemos de lutar na segunda guerra mundial; as nossas ambições imperiais (aquelas do «mapa cor-de-rosa») foram prontamente travadas pelos nossos amigos ingleses, fazendo de Robert Mugabe um problema alheio; fomos invadidos pela Espanha e pela França mas nunca invadimos nenhum país europeu, acto que nos teria metido em sérios problemas; no tratado de Tordesilhas ficámos com a parte do mundo mais pequena mas em que não era preciso massacrar muitos indígenas.
 
A nossa incompetência é frequentemente algo que acabamos por agradecer.


publicado por José António Abreu às 13:39
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Desabafo
Sugestionado talvez pelo friozinho cortante da última noite, o Ministro das Finanças anuncioucongelamento de salários na Função Pública, uma medida que as empresas privadas certamente acompanharão com aumentos muito moderados (se existentes) dos seus próprios funcionários. Era inevitável, claro. Não é sequer uma decisão passível de grandes críticas. Mas não deixa de ser um bocado chato para todos os que, fora ou (suponho que também) dentro da função pública, alertam há anos para os efeitos de políticas governamentais dirigistas, geradoras de despesa e sugadoras de impostos verem-se mais uma vez prejudicados pelas opções alheias, sempre tão cristalinamente certas apesar dos resultados sempre tão fantasticamente errados. Sei que é demagogia mas não podiam os que têm votado nesta gente pagar da crise um pouquinho mais do que os restantes? Digamos, cortarem-lhes meio por cento no salário em vez de lho congelarem? É que pagar por igual pode ser democrático mas não é nada simpático.


publicado por José António Abreu às 08:34
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Quarta-feira, 6 de Janeiro de 2010
Como ficar mais novo e ajudar Teixeira dos Santos
Crítico de Sócrates e dos seus soldadinhos, não posso, depois do sentido apelo do ministro Lacão e em nome dos «superiores interesses do país» (que expressão gira), deixar de sugerir uma medida para ajudar a diminuir o défice público. É certo que, contrariando os meus princípios, «produz efeitos do lado da receita» (outra expressão magnífica), mas isso nunca antes deteve os nossos queridos governantes e a verdade é que estou já ciente – como julgo estarmos todos –  de que as grandes obras públicas são mesmo indispensáveis para o bem estar da «sociedade civil» (ou, pelo menos, da construção civil) e, para minha enorme surpresa, descobri não me ser fácil sugerir despedimentos ou cortes salariais na função pública (estou a amolecer com a idade e em mais do que um sentido). Fico-me então por um modesto mas sincero contributo «do lado da receita» (perdoem-me a repetição mas uma pessoa sente-se quase economista de painel televisivo ao usar estas expressões). A minha proposta é simples de implementar, exigindo apenas duas ou três pessoas para trabalhar mais um chefe de serviços e, eventualmente, um director para tudo o resto que for necessário, para além de ajustes mínimos no sistema informático já instalado (em alternativa, por questões de marketing político ou para aproveitar sobras, pode montar-se uma pequena rede de Magalhães). É também muito fácil de explicar: o Estado, através dos balcões do registo civil, aceitaria requerimentos de «pessoas individuais» (outra expressão catita) visando a diminuição da sua (delas, «pessoas individuais») idade, cobrando taxas e emolumentos (uma palavra tão bonita que dispensa aspas) de valor directamente proporcional ao número de anos a retirar. Taxas e emolumentos elevados, que quem quiser dispor da possibilidade de provar, mostrando o pequeno e reluzente cartão de cidadão, não ter mais do que vinte e nove anos, apesar da pele da cara artificialmente retesada, da pele do pescoço inegavelmente enrugada, das manchas amareladas na pele dos antebraços e do queixume que lhe sai dos lábios de cada vez que se põe em pé, deverá pagar pelo menos o equivalente ao custo de uma operação cirúrgica de complexidade média. Ainda assim, estou convencido de que a medida permitirá encaixar várias dezenas de milhões de euros: há por aí muitas pessoas que se endividarão de bom grado para ficarem oficialmente mais novas.
 
(Imagem retirada daqui.)


publicado por José António Abreu às 12:57
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