como sobreviver submerso.

Quarta-feira, 14 de Novembro de 2012
Beja
Tenho uma dúvida: por uma qualquer razão que escapa à minha – reconhecidamente mui limitada – capacidade de entendimento, Beja apostou num determinado tipo de especialização (transformar-se num «centro de estruturas sem utilizadores», digamos) ou o governo anterior decidiu fazer dela um concentrado exemplar das suas políticas de investimento – as tais que a esquerda continua a defender?


publicado por José António Abreu às 11:46
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Terça-feira, 29 de Março de 2011
PPP
Dos métodos e dos factos (via Cachimbo de Magritte).


publicado por José António Abreu às 13:41
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Quinta-feira, 29 de Abril de 2010
Uma mão cheia de nada?
Passos Coelho foi abundantemente elogiado por ter ido a S. Bento oferecer colaboração a Sócrates. Permitam-me que junte a minha voz melodiosa (é uma espécie de barítono roufenho com deslumbrantes momentos de falsetto) ao coro de elogios. Foi útil para o país e para a imagem dele. Gostava era que alguém me explicasse exactamente que pontos defendidos pelo partido do outro cada um prometeu apoiar. Parece que Passos Coelho garantiu que o PSD deixaria passar no parlamento várias medidas do PEC mas, no que respeita às cedências do PS, silêncio absoluto. Pelo menos, ficámos hoje a saber que nada terão a ver com as obras públicas. Ainda bem. Poderíamos viver com um Sócrates sem a sua característica dose de teimosia e inconsciência, mas não seria a mesma coisa.


publicado por José António Abreu às 21:36
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Quinta-feira, 4 de Fevereiro de 2010
Estudos simples vs. estudos complexos
Os estudos do governo e da RAVE são, evidentemente, muito mais completos do que este pequeno estudo comparativo, singelo e repleto de bom-senso, duas características que, como sabemos, nunca conduzem a grandes resultados.


publicado por José António Abreu às 13:13
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Terça-feira, 19 de Janeiro de 2010
Da selectividade da memória: as obras públicas
A discussão sobre as obras públicas tem várias vertentes. A que encerra uma desonestidade mais gritante é aquela em que se comparam as posições actuais e passadas dos intervenientes políticos e se pretende que partidos e pessoas que defenderam obras públicas nas décadas de oitenta e noventa do século passado (nomeadamente, PSD e Cavaco Silva) não têm autoridade moral para adoptar agora uma posição crítica das mesmas.

Comecemos isto pela actualidade. Em finais de 2008 Portugal tinha 2860 km de auto-estradas. Dois anos antes, os quilómetros de auto-estrada já representavam 2,3% do total de vias. Apenas Espanha e Luxemburgo tinham percentagens superiores na UE a 25 (e, atendendo à sua dimensão e nível de riqueza, o Luxemburgo não é relevante para a discussão). A média na UE era de 1,2%. Portugal tinha 17 km de auto-estrada por cem mil habitantes enquanto a UE tinha uma média de 13. Por cá, existiam 20 km de auto-estrada por 1000 quilómetros quadrados enquanto na UE a média era de 15. Ainda mais interessante: Portugal era o segundo país do mundo – repito: do mundo – com mais quilómetros de auto-estrada por milhão de dólares de PIB. Apenas o Canadá se encontrava à nossa frente. 

Recuemos um quarto de século. No início de 1985, ano em que Cavaco chegou ao poder, a rede de auto-estradas tinha 158 km. Repito: 1-5-8 km. A A1 não ligava Lisboa a Porto porque lhe faltava quase metade (ficou completa apenas em 1991). A A2 não existia (foi concluída em 2002). A A3 (Porto - Valença) não existia (ficou completa em 1998). A A4 (Porto - Amarante) não existia. A A8 (Lisboa - Leiria) não existia como, naturalmente, não existiam os seus prolongamentos A17 e A29. A A9 (CREL) não existia. A A20 (Via de Cintura Interna) não existia (o anel foi fechado em 2007). A A22 (Via do Infante) não existia (é de 2003). A A23 (Torres Novas - Guarda) não existia. A A25 (Aveiro - Vilar Formoso) não existia (é de 2006) e o famigerado IP5, que substituiu, tinha 12 km inaugurados em 1983 (ficou concluído somente em 1990). Não existiam também a A7, a A10, a A11, a A12, a A13, a A14, a A15, a A19, a A21, a A24, a A27, a A28, a A30, a A31, a A41, a A42, a A47 e mais algumas que, por terem poucos quilómetros ou ainda serem conhecidas por IPs ou ICs, vou deixar de fora. Mais há mais. A ponte Vasco da Gama, em Lisboa, não existia (foi aberta ao público em 1998). A ponte do Freixo, no Porto, não existia (foi inaugurada em 1995). A ponte Rainha Santa Isabel (ou Europa), em Coimbra, não existia (é de 2004). O Eixo Norte-Sul não existia (as obras começaram em 1993 e terminaram em 2007). O Alfa Pendular não existia (a primeira viagem foi em 1999). A travessia ferroviária na ponte 25 de Abril não existia (também foi inaugurada em 1999). A Estação do Oriente não existia (é, claro, de 1998). O Metro do Porto não existia (a primeira linha foi inaugurada em 2003). O aeroporto do Porto não existia na forma que hoje conhecemos (o terminal actual é de 2005). O Centro Cultural de Belém não existia (o último módulo construído é de 1993). O Museu de Serralves não existia (inauguração em 1999). A Casa da Música não existia (foi inaugurada em 2005).

Chega?

Pode-se ou não considerar o investimento em obras públicas uma forma correcta de sair da crise. Pode-se ou não ver o nível de endividamento nacional como preocupante e condicionador das decisões a tomar neste campo. Pode-se ou não achar que os (ou alguns dos) projectos em discussão actualmente são despropositados e prejudiciais. O que não tem qualquer lógica é considerar que a situação actual é idêntica à que existia em 1985 e que quem optou então por determinadas soluções deve apoiá-las agora.


publicado por José António Abreu às 22:14
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Domingo, 12 de Julho de 2009
Cerimónias de inauguração sem o mesmo brilho

Acabo de ver num noticiário televisivo (já não sei se da SIC-N se da RTP-N) uma longa reportagem sobre o estado de conservação de várias pontes na zona da barragem da Aguieira. Aparentemente, necessitam de urgentes obras de reparação. Numa altura em que se vão construir mais 1200 km de auto-estradas, um gigantesco aeroporto e duas caríssimas linhas de TGV, o que existe vai-se degradando. Se o investimento público é necessário, não seria preferível reparar e melhorar o que já existe? Claro que não e todos sabemos porquê: a mentalidade nacional premeia quem "faz obra", não quem cuida da existente.



publicado por José António Abreu às 12:24
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Terça-feira, 23 de Junho de 2009
I think I thaw a puthycat...

Pestanejo, engulo em seco, abano a cabeça. Será que acabo mesmo de ver e ouvir António Costa, Presidente da Câmara de Lisboa e membro do secretariado nacional do Partido Socialista, declarar na SIC Notícias a propósito do túnel do Marquês «dizer que se fazem as obras e depois deixar as contas para os outros é uma coisa um bocado triste» e, citando Rui Rio, que «quem faz as obras é quem as paga»?

 

Sinto-me o Tweety perguntando-se se acabou de ver um puthycat. Pesquiso...

 

I did! I did! I thaw a puthycat! O i também refere a citação. Por favor, peçam a António Costa que explique a teoria a José Sócrates.

 



publicado por José António Abreu às 22:16
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Segunda-feira, 22 de Junho de 2009
Uma auto-estrada junto a cada porta

O i afirma que o governo vai avançar com a adjudicação da terceira auto-estrada Lisboa - Porto ainda nesta legislatura. Compreende-se. Cavaco não tem voto na matéria (como tinha no caso do TGV) e Sócrates precisa de sossegar os fiéis, mostrando que não amoleceu totalmente. Infelizmente, estas são as razões erradas para avançar com qualquer obra, e especialmente com uma que se afigura redundante (ah, os coitados dos Viseenses, actualmente obrigados a fazer sessenta quilómetros de A25 até à A1, que poderiam poupar - sei lá - dez minutos numa viagem para Lisboa*) e que apresenta custos elevados para o Estado (2,2 mil milhões de euros nos próximos 30 anos para as auto-estradas previstas nesta fase, se acreditarmos nas estimativas governamentais - quase sempre excelentes - e esquecermos as actuais dificuldades de financiamento das empresas construtoras, que só conseguem o dinheiro com garantias públicas).

 

Sócrates disse-nos, na melosa entrevista concedida a Ana Lourenço, que acha bem pagar obras com dinheiro que ainda não tem. Deixando de lado outras considerações, isto aplica-se a obras quase inúteis? Que aumento de competitividade gerará esta auto-estrada? É provável que o TGV acabe por ser construído, quanto mais não seja porque receamos muito que estrangeiros nos possam chamar aldrabões. Parar o processo por uns meses foi uma boa decisão mas não deverá alterar o resultado final, mesmo com uma eventual vitória eleitoral do PSD. Esta auto-estrada é uma aberração, veja-se o caso do lado que se vir. Avançar com a sua construção - em qualquer momento mas especialmente neste - é irresponsável e vergonhoso.

 

*Nem sequer está previsto que a nova auto-estrada passe junto a Viseu mas, mais ou menos como agora acontece com A1 e A25, apenas que tenha um troço a fazer a ligação da cidade de Viseu com o ramo principal, em Coimbra. Refira-se ainda que, da zona de Aveiro para norte, as três futuras auto-estradas estarão frequentemente lado a lado, com as duas mais distantes separadas por menos de 10 quilómetros.



publicado por José António Abreu às 13:42
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Sexta-feira, 12 de Junho de 2009
Acelerar ou travar?

Como quase nada neste governo é por acaso, o calendário de arranque das grandes obras públicas deve ter sido planeado cuidadosamente para coincidir com o período pré-eleitoral. Para azar de Sócrates e do PS, o revés nas eleições europeias permitiu que as críticas do PSD e as reservas de Cavaco ganhassem uma nova visibilidade – e credibilidade. Para o PS, a questão não é de legitimidade ou de convicção. Como de costume, é de marketing político. Preferirá o eleitorado a habitual imagem de teimosia (os leitores socialistas podem substituir por firmeza) ou uma posição mais cordata, capaz de mostrar ao povo que Sócrates, afinal, é um rapaz sensato que percebeu o sinal de domingo passado?

 
Como elemento adicional de análise, Cavaco tem uma palavra a dizer sobre o calendário do TGV (mas não das auto-estradas). Ninguém sabe qual a posição do presidente. Mas poderá Sócrates arriscar um confronto com Cavaco mesmo antes das eleições?
 

Aceitam-se apostas. A minha é que Sócrates avançará com a construção das auto-estradas, para preservar a imagem de determinação, mas não arriscará o confronto com Cavaco e deixará arrastar o processo do TGV até depois das eleições.



publicado por José António Abreu às 17:26
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