Não resisti, claro. Justificação racional: índice de aproveitamento do espaço bastante atractivo para quem está prestes a deixar de jantar sentado a uma mesa por tê-las todas cobertas com livros de papel. Justificação realista: pura curiosidade. O que seria de um homem sem a tendência para os gadgets? Mas atenção: não gosto de quaisquer gadgets. Têm que me permitir desenvolver os meus interesses. Gosto de computadores, de televisores, de aparelhos de som, de máquinas fotográficas. Dão-me informação, prazer e/ou, dentro de limites que têm mais a ver comigo do que com os aparelhos em questão, permitem-me ser criativo. Estou-me nas tintas para telemóveis. (Sim, eu sei que o Jorge Colombo faz capas lindíssimas para a The New Yorker com um iPhone mas eu só consigo usar os telemóveis para coisas prosaicas e por isso não lhes ligo nenhuma; mais: irrita-me quem liga.) Estou-me razoavelmente nas tintas para relógios. (Alguns são belíssimos e têm mecanismos fascinantes mas não me expandem os horizontes, antes me prendem a compromissos; não uso relógio de pulso há mais de dez anos – para quê, se tenho um no telemóvel?) E depois, claro, tenho aquela incapacidade genética associada ao cromossoma Y para apreciar ou entender aparelhos como máquinas de lavar e os seus programas para roupa delicada. (Se nem sequer sei separar roupa escura de roupa clara: afinal, t-shirts pretas podem ou não ser lavadas juntamente com t-shirts brancas? E se forem cinzentas? Estou perfeitamente convencido de que os fabricantes de equipamento de linha branca contratam apenas engenheiras ou, vá lá, homens particularmente em contacto com o seu lado feminino. Ou vão dizer-me que é por acaso que a Whirlpool arranjou uma tecnologia qualquer chamada «sexto sentido»? A que homem é que ela se aplica?)
Mas estou a divagar outra vez. E, ainda por cima, não disponho de tempo para isto. Tenho de ir às compras (uma actividade que não me desagrada desde que possa comprar coisas que me interessam; sapatos, tenho três pares). Felizmente a Amazon está aberta toda a noite. Hmmmm, os poemas completos da Emily Dickinson por três dólares e quarenta e quatro...
P.S. (crítica rápida): Como dá para ver, os screen savers são belíssimos. E o aparelho funciona bem, apesar do tom de cinzento do ecrã ser mais escuro do que eu esperava. Contudo, o ponto mais irritante é que, por questões de direitos, muitos livros estão apenas disponíveis para o mercado americano. Boooooo...
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