O homem capaz de construir uma guitarra eléctrica a partir de um pedaço de madeira e de uma garrafa de Coca-Cola está de volta, agora a solo. Enfim, mais ou menos. O álbum chama-se Blunderbuss e sai no dia 23.
Os The White Stripes acabaram. Soube-o ontem por um post de João Campos no Delito de Opinião e, desde que ele não exija direitos de autor, faço minhas as palavras de Pedro Mexia sobre o assunto. Não estou certo de virmos a ter muitas notícias de Meg a partir de agora (na verdade, já não tínhamos há uns anos) mas Jack continuará por aí, inventando bandas, usando instrumentos de plástico em palco (ou talvez não, porque a guitarra de plástico era essencialmente usada nos concertos dos Stripes), misturando rock, blues e punk, privilegiando o risco e a espontaneidade à perfeição asséptica. A este propósito, veja-se o filme It Might Get Loud, onde Jack comparou notas com Jimmy Page e The Edge, e verifique-se como a abordagem dele ao instrumento «guitarra» e às características do som durante os concertos é totalmente oposta à de The Edge. Ao perfeccionismo quase maníaco do irlandês, Jack contrapõe uma (aparente?) indiferença pelas questões técnicas. (Eu admiro mais a abordagem de Jack mas entendo melhor a de The Edge, nascida da insegurança e do desejo de que tudo corra bem). É também em It Might Get Loud que ele mostra como construir uma guitarra eléctrica. De novo, a perfeição técnica não será o objectivo principal.
Nota: o primeiro vídeo é o trailer de Under Great White Northern Lights, filme que documentou uma digressão dos White Stripes por algumas das mais remotas localidades do Canadá.