como sobreviver submerso.
Paris Hilton acusa Ronaldo de ser demasiado gay. Já não nos bastava a crise económica, atacam-nos um dos símbolos maiores. Acusarem Afonso Henriques, Camões ou Cavaco era uma coisa. Ronaldo é outra, muito mais séria. Ronaldo é a nossa ambição e a nossa virilidade. Onde é que estas ficam depois disto? Sugiro calma e várias possibilidades de reacção:
- Assobiar para o lado. Calções justos cor-de-rosa, flores no cabelo, brincos, maneirismos e um cuidado maníaco com a aparência? Eu sempre desconfiei dele…
- Assumir o estilo com dignidade. Os homens actuais usam cor-de-rosa e flores no cabelo sem complexos. Ahn... bom, flores no cabelo talvez não. Mas Ronaldo é um inovador e está a abrir novos caminhos. E a roupa dele é tão cara que tem que ser boa.
- Passar ao contra-ataque. Paris é uma ricaça mimada, loura de cabelo e de personalidade, que vive das aparições na comunicação social. O que é que ela percebe de machos do futebol? (O verdadeiro, não aquela coisa de meninas que se joga nos States, em que os atletas têm tanto medo de se aleijarem que nem se vêem sob tantas protecções…)
- Optar pela habitual táctica da vitimização. Ela só diz isto porque Ronaldo é Português. Se fosse de um país grande era tudo permitido, até depilação das virilhas.
- Perceber a verdade e desculpar o rapaz pelos seus fracos conhecimentos da geografia californiana. Ronaldo tinha flores no cabelo por ter confundido Los Angeles com S. Francisco.
Na verdade, tudo isto é show-business e venda de revistas. Nada de sério. A não ser para os imitadores de meia-tigela de Ronaldo, para quem a acusação é mesmo pessoal. Ainda há uma semana andavam a babar-se com o sucesso financeiro e sexual do ídolo, fantasiando estarem eles mesmos na cama com Paris, e agora são forçados a reequacionar o nível de testosterona do fenómeno (e, porque o processo de identificação é lixado, o deles) e têm que relegar a pirosa menina Hilton para o quarto das cabras mentirosas e maledicentes, um compartimento apinhado onde se encontram quase todas as ‘gaijas’ que já conheceram na vida.
P.S.: Peço imensa desculpa pelo mau gosto do título mas não resisti...