O governo grego perdeu porque, na vigésima quinta hora e após cinco meses e meio de um comportamento que, fosse o Syriza de direita, teria levado as mentes bem-pensantes do planeta a despejar sobre ele uma chuva de acusações impregnadas de desprezo e salpicadas de impropérios, renegou todas as promessas que jurara cumprir. O governo alemão perdeu porque não somente foi mais uma vez coagido a manter no euro quem recusa comprometer-se com as regras deste, num processo que tenderá a arrastar a economia alemã para uma lógica terceiro-mundista, como tem de arcar com a imagem de polícia mau. Hollande ganhou porque saiu das negociações como o polícia bom e, mesmo forçado a aceitar o dano colateral (menor) de obrigar Syriza e Grécia a meter o socialismo na gaveta (até ver), atingiu o seu objectivo de conservar o destino da Alemanha preso ao da França. Quanto à União Europeia e, em particular, à Zona Euro, aparentemente ganhou (oxalá), provavelmente perdeu.
A intervenção de Guy Verhofstadt no Parlamento Europeu esta manhã.
Austeridade.
1. O referendo na Grécia vincula o governo grego, não os restantes. Os gregos apenas têm legitimidade para decidir sobre o seu próprio orçamento. Não sobre o português, o espanhol, o alemão ou o eslovaco.
2. Mostrar solidariedade com a Grécia não é ajudá-la a manter as distorções que sempre lhe caracterizaram a economia (como, de resto, a Portugal). Não é dar-lhe o peixe (ainda que, provisoriamente, algum deva ser dado), é ensiná-la a pescar (como, de resto, a Portugal).
3. Se tal sucedesse, nunca mais seria possível convencer qualquer dos governos do Sul da Europa (começando pelo próprio grego) a efectuar reformas com um mínimo de dificuldade. Aberto o precedente, os referendos ou, onde constitucionalmente proibidos (em grande medida porque, colocadas perante a questão de pagar ou não pagar, as pessoas tendem a escolher não pagar), outras formas de manifestação de desagrado tratariam de o garantir. O resultado? A implosão da UE ou a sua transformação numa Venezuela com 500 milhões de pessoas, onde a riqueza hoje produzida seria rapidamente desbaratada. Outros blocos políticos e económicos agradeceriam. De resto, talvez não por acaso todos pressionam (sem que alguém os acuse de ingerência nos assuntos alheios) no sentido da Grécia obter as condições que pretende.
4. O incumprimento da Grécia teria efeitos potencialmente perigosos nas contas públicas dos restantes países (através dos fundos de apoio e da eventual necessidade de recapitalizar o BCE) mas ceder a uma chantagem feita por um governo com as políticas do governo grego (i.e., que nunca colocarão a Grécia a crescer de forma sustentada) apenas adia e agrava o problema. Sendo certo que as instituições europeias têm hoje mais instrumentos para lidar com a saída da Grécia do que há alguns anos, não é líquido que cheguem. Ironicamente, o alargamento de prazos de que a Grécia goza facilitará um pouco a tarefa, adiando a conta e distribuindo-a por mais anos. Mas o efeito de contágio não está afastado e este escalonamento não se aplica à dívida (do Estado e dos bancos gregos) ao BCE. Seja como for, se pode defender-se a tese de que teria sido preferível deixar cair a Grécia em 2010 ou 2012, em vez de continuar a emprestar-lhe dinheiro, mais difícil de entender é prosseguir na mesma via, sem existirem indícios que permitam acreditar que, dentro de dois ou três anos, a situação terá evoluído para melhor. Pelo contrário: tudo indica que a bola de neve aumentará de tamanho.
5. O próprio corte de 30% na dívida grega, como exigido por Tsipras, também teria custos para os cidadãos dos restantes países e, acima de tudo, feito desta forma, abriria a porta a outros perdões logo que a dívida atingisse patamares considerados «injustos» (imagine-se Iglesias como primeiro-ministro de Espanha, Berlusconi ou similar à frente de Itália, Le Pen na presidência francesa). A dada altura, este cenário confundir-se-ia com o de default total pois entrar-se-ia numa via de insustentabilidade. Chegaria também o momento em que os contribuintes e/ou depositantes seriam chamados a cobrir as perdas decorrentes do accionamento dos famosos CDS, ou seguros contra incumprimento (a dívida de Itália, de Espanha ou de França encontra-se essencialmente em mãos privadas), que têm potencial para arrasar muitas instituições de crédito.
6. Perdoar dívida a uns significa aumentar dívida a outros. E, mesmo no caso dos credores serem privados, toda a gente acaba atingida.
7. Muitos na esquerda sabem isto. (O governo grego joga com isto.) Mas que melhor forma de tentar fazer implodir o sistema capitalista, mantendo a retórica de que foi ele próprio o causador da queda? (A acontecer - ver-se-á então o que é recuar dezenas de anos em termos de rendimento disponível -, tê-lo-á sido em parte; governos irresponsáveis fizeram o resto.)
8. A situação actual valida a posição dos que, um pouco por toda a Europa, receavam que a compatibilidade entre uma moeda assente na responsabilidade (como as do Norte da Europa tendiam a ser) e políticas centradas na demagogia (como as do Sul da Europa quase sempre foram) se revelasse impossível. Poucos terão hoje mais razões para dizer "bem vos dissemos" do que os cépticos que, na Alemanha, contestaram o abandono do marco. A Alemanha cedeu porque desejava apoio político para a reunificação e a França exigia o euro, invejosa que sempre esteve da força do marco e incapaz de perceber o que ele implicava em termos de contas e políticas públicas. Ilusões da França (e de Espanha, Itália, Portugal e Grécia), ingenuidade da Alemanha (e da Holanda, Áustria, Finlândia e - quão estranho é escrevê-lo - Irlanda). Moral da história: por norma, é preferível considerar como correctos os melhores cenários dos pessimistas - e não misturar mundos incompatíveis.
(Fotografia: Alamy Alamy / Alamy, recolhida no Bing.)
A Grécia entrou no Euro em 2001. Desde essa altura, teve um crescimento imparável.
Varoufakis afastou a possibilidade de um referendo aos termos do acordo dizendo que seria efectivamente um voto à manutenção do euro como moeda.
«Seria injusto para os cidadãos gregos terem de tomar uma posição sobre o assunto, respondendo com um sim ou um não», disse ele.
Falando acerca disto após o Eurogrupo, o loquaz ministro das finanças da Grécia, Yannis Varoufakis, tombou em incoerências. A recusa dos ministros em aprovar uma extensão do programa, disse ele, causou «danos permanentes à credibilidade da UE». Porquê? Porque havia uma «muito elevada probabilidade» de que os gregos ignorassem o governo e aprovassem a proposta dos credores. A Grécia, parecia estar a argumentar o Sr. Varoufakis, merecia ainda mais uma extensão do programa para dar tempo ao governo para aconselhar os eleitores a rejeitar os seus termos porque esse conselho poderia bem ser rejeitado.
O referendo constituiria uma opção razoável se realizado antes do final de Junho. Para que tal fosse possível, o governo grego não poderia ter queimado meses em manobras dilatórias. Mais: considerando o apelo ao voto no «não» por parte do Syriza, seria de toda a conveniência garantir uma margem de várias semanas, uma vez que a vitória do «sim» deixaria o governo numa posição insustentável, podendo ser necessário realizar eleições antecipadas.
Agora tudo se precipita e, a menos de um golpe de teatro de último instante, o referendo nem sequer faz sentido (no próximo domingo, a proposta terá perdido a validade). Como, de resto, a análise acima também pode não fazer - porque é bem possível que Tsipras tenha conseguido o seu verdadeiro objectivo: retirar a Grécia da zona euro sem, junto dos seus cidadãos e de ingénuos espalhados um pouco por toda a Europa, parecer ter manobrado para o fazer. Caso em que restará dar-lhe os parabéns por um trabalho bem feito.
Na semana passada, por entre uma miríade de outras promessas, António Costa garantiu ir colocar os interesses dos inquilinos à frente dos dos senhorios. Nesse sentido, aliciou os primeiros com limitações à subida das rendas e ameaçou os segundos com obras coercivas em caso de degradação dos imóveis. Do ponto de vista eleitoral (diga-se o que se disser, ainda e sempre sinónimo de «os fins justificam os meios»), tem lógica: existem mais inquilinos do que senhorios e parecer defender os pobres contra quem os explora (sim, já vamos aqui: para o PS, os senhorios são oficialmente exploradores capitalistas) é uma atitude que recolhe sempre alguma simpatia instintiva. Na prática, as ideias de Costa são não apenas contraditórias mas contraproducentes: impedido de obter um rendimento adequado, nenhum senhorio se predisporá a manter os imóveis em boas condições. No limite, preferirá mantê-los devolutos. Cai-se desta forma no problema que foi levando à degradação das cidades portuguesas e que apenas este governo atacou, com uma lei das rendas passível de críticas mas ainda assim melhor do que praticamente tudo o que a antecedeu (expressão que define quase toda a acção do actual governo).
Mas pior é o PS não se ficar pelas rendas. Seguindo uma velha tradição socialista (frequentemente reforçada por partidos que se afirmam outras coisas - entre os quais PSD e CDS), aplica esta lógica e impõe estas consequências a muitas outras áreas. Costa e os socialistas acham mesmo que forçar preços irrealistas, umas vezes pelo lado da limitação administrativa dos mesmos, outras pelo lado da imposição de custos acrescidos (energéticos, salariais, contributivos), outras ainda por ambas as vias em simultâneo (como no caso das rendas), não gera consequências negativas. Obviamente, estão enganados.
(*) Aquilo que vale para o Syriza vale, sob forma mais suave, para vários outros discursos políticos. Sempre que o apelo ao sonho e à utopia se tornam recorrentes, é sinal que os mecanismos regressivos estão a funcionar. A realidade tende a eclipsar-se ou a dissolver-se no próprio discurso, deixando, em termos práticos, de existir. O discurso basta-se a si mesmo e, por um passe de mágica, pretende ser a prova da sua própria justeza. É regressão mesmo. E é também deprimente.
2. Assistir à valorização do euro;
3. Trocar os euros disponíveis por dólares (ou recolher os benefícios de apostas no mercado de futuros);
4. Aguardar enquanto os desmentidos e a passagem do tempo mostram a falsidade da notícia;
5. Assistir à desvalorização do euro;
6. Trocar os dólares por euros (ou recolher os benefícios de apostas no mercado de futuros);
7. Voltar a 1.
Os partidos populistas, baseando a conquista de votos não apenas em promessas impossíveis de concretizar mas na denúncia da promiscuidade entre os governos dos partidos «tradicionais» e o sector privado, caem numa aparente contradição quando exigem uma moeda - seja esta um euro fraco ou novas-velhas moedas nacionais - capaz de a disfarçar. Uma moeda fraca está inextricavelmente ligada a regimes mais corruptos e a menores níveis de riqueza geral. Compare-se outro Sul com o Norte de sempre. Os países da América Latina têm tradicionalmente moedas que acomodam a corrupção e os exageros populistas dos políticos - até ao momento em que mesmo isso deixa de ser possível. Os países do Centro e do Norte da Europa favorecem tradicionalmente moedas fortes e estáveis, que obrigam os empresários a apostar na competitividade e os políticos a justificarem opções perante o eleitorado. Por não disfarçar os problemas, a moeda forte torna os eleitores mais exigentes e dificulta a realização de promessas vãs. Ou seja, dificulta os populismos. É por isso que a contradição não passa de aparência e é também por isso que os políticos minimamente honestos enfrentam enormes dificuldades em épocas de crise.
Acontece que para os gregos, o euro não é apenas uma moeda a que a sua economia esteja mais ou menos adaptada. É um projecto político, um ideal: é a possibilidade de, um dia, viverem num país onde o Estado, dominado por interesses de todo o tipo (sindicais, empresariais, corporativos, clientelares, etc.), não abuse da moeda para servir esses interesses à custa de todos os outros cidadãos. É isso que os exercícios de análise económica não apanham, nem o discurso corrente da integração europeia, que reduz tudo a uma questão técnica: como conter, numa união monetária, economias divergentes e políticas contraditórias.
Não somente para os gregos. Para os portugueses também. De resto, não será apenas coincidência que, em Portugal, não obstante as incapacidades próprias do governo, as mil e uma obstruções que enfrentou e os interesses corporativos dos partidos que o formam, os últimos anos tenham revelado uma progressiva «limpeza» na relação entre o Estado e outras entidades. A forma como não se salvou o grupo Espírito Santo, a profusão de casos judiciais contra políticos e empresários, a limitação do (ou, pelo menos, a pressão pública contra o) poder discricionário de conceder favores (veja-se a polémica actual sobre o planeado perdão da autarquia de Lisboa a uma entidade com tantos fãs como o Benfica) são também efeitos de uma moeda que deixou de ser um fantoche nas mãos dos políticos.
Resumindo, não é possível um mercado interno com união aduaneira, a funcionar correctamente – e durante muito tempo –, num ambiente de distintas moedas. Não é possível na União e não foi nunca em parte alguma do Mundo. É bom que os detractores do euro pensem nisso quando pensam nisso: sem moeda única, não há mercado interno.
[...]
Duas coisas me irritam, confesso, nos cépticos do euro: a constante referência à soberania nacional e o apelo ao regresso ao tempo do escudo, quando o mel e o leite corriam abundantes pelas doces encostas pátrias, concedendo a todos o benefício do progresso e do bem-estar. Quanto à soberania, lamento, não sei do que falam: há quanto tempo não é Portugal verdadeiramente soberano nas matérias que transferiu para a União e cuja recuperação formal não serviria de qualquer modo para nada? Num Mundo global, países da nossa dimensão e com os nossos recursos têm pouca soberania – sustento aliás que Portugal ganha soberania na condição de membro da União. Quanto ao argumento do passado, de um tempo em que um escudo pujante nos garantia um lugar cimeiro entre as nações ricas do Mundo: quando foi isso? Portugal tinha em 1985, ano anterior à adesão, um PIB per capita pouco superior a 50% da média comunitária, tendo crescido desde então acima dos 70%. Querem comparar o país com escudo com o Portugal de hoje? Era melhor em quê? Havia desemprego, inflação, juros altos, salários em atraso. Melhor em quê? E ao que voltaremos no dia em que, recuperado o amado (e não assim tão velhinho) escudo, sucessivas desvalorizações empobrecerem o país como fizeram tantas vezes ao longo da nossa História, pondo-nos ainda mais longe dos tais países ricos que alegadamente nos exploram dentro da UE (coisa que não farão quando estivermos fora, claro – isto é uma ironia)?
[...]
E não sendo novidade, também é facto que está feita boa parte do caminho da integração, logo da resolução dos defeitos da concepção da zona euro. Como escreveu Alberto Gallo do Bank of Scotland, a zona euro está cada vez mais unida, com união bancária (ainda incompleta, é certo), união financeira (a meio caminho), união orçamental (a fazer-se) e até com a prometida compra de títulos da dívida soberana e sua mutualização (parcial, nos 20% assumidos pelo BCE do Quantitative Easing). Pediam solidariedade europeia? Pediam injecções de dinheiro “à americana”? Pediam a diminuição do preço do euro para beneficiar os deficitários? Check, check, check. Quando a crise começou e sobretudo a partir daquilo a que chamo o tempo dos resgates (2011), nada do que desde então se fez era previsível. Muitos eurocépticos (contra o euro, pelo menos), previram então a saída da Grécia – e de Portugal – e a desagregação iminente da zona euro e da própria União. Já lá vão 4 anos, eles continuaram a prevê-la a cada sinal de crise, muito mudou mas a união não se desagregou. A Europa, quer queiram quer não, está unida. A Alemanha, tão e sempre odiada e apontada como responsável pela crise, continua a ser o travão contra os excessos e as euforias induzidas pelos Syrizas do dia, ainda que continue a ceder sempre que é preciso – sempre que a Europa precisa.
Neste ponto, chegámos ao maior erro da zona Euro, e que, esse sim, é o erro fatal: a ideia de que o enquadramento e a pressão externa bastariam para provocar mudanças na Grécia e em outros países, independentemente das configurações de forças políticas internas. Bem apertados, os gregos arranjar-se-iam para resolver o problema. Não se arranjaram. Pelo contrário: a pressão externa serviu apenas para fazer os partidos europeístas parecerem agentes de um castigo estrangeiro, e deu a bandeira da soberania aos populismos da extrema-esquerda e da extrema-direita. Mais: o enquadramento do Euro criou a expectativa de que, para preservar a união monetária, toda a UE acabaria por submeter-se ao Syriza, cujo despesismo pareceu assim credível aos eleitores gregos. Ironia da história: o Euro, que se julgava fosse o instrumento de transformação do sul, funciona agora como a primeira barricada do imobilismo.
O Banco Central da Suíça deixou ontem de defender a cotação do franco em relação ao euro, que desde 2011 mantinha em torno de 1,2. O franco valorizou quase 20%. Há três possíveis explicações para esta decisão:
1. Num país onde muitas vozes se opõem a políticas de estímulos financeiros (e onde até já se fez um referendo questionando os suíços acerca da conveniência do banco central reforçar as reservas de ouro), o Draghi dos Cantões pretendeu validar a posição mantida nos últimos anos (durante os quais comprou Eigers, Matterhorns e Jungfraus de euros com francos fresquinhos), mostrando aos cépticos quais as consequências de deixar os mercados funcionar livremente (atitude que, refira-se, muito desagradou a vários agentes dos mercados). Como tudo não passa de uma brincadeirinha (esta hipótese pressupõe que os banqueiros centrais têm sentido lúdico mas convém despachar a teoria da conspiração logo no início), deverão ser anunciadas medidas em sentido contrário a muito breve prazo.
2. Sabendo que o BCE vai iniciar um programa de compra de dívida, o Draghi dos Cantões (a minha inércia impede-me de lhe pesquisar o nome) decidiu que o esforço necessário para continuar a assegurar a cotação do franco era suicidário e abandonou o barco dos que acreditam que os estímulos financeiros vão resultar, aceitando as perdas a curto e médio prazo para os sectores exportadores da economia suíça.
3. Prevendo que o BCE não possa – ou, apesar de todos os soundbites em sentido inverso, não queira – iniciar o programa de compra de dívida, o Draghi dos Cantões (que, aposto, não fala cantonês) antecipou a subsequente queda do euro para, permitindo agora uma valorização do franco, conseguir que, apenas por acção dos mercados, ele acabe o processo com uma cotação não demasiado penalizadora para as exportações suíças.
No caso de qualquer uma das duas últimas hipóteses ser a verdadeira, a mensagem do Draghi dos Cantões é tão cristalina como pingentes de gelo em chalé alpino: o esquema de Ponzi com que tantos bancos centrais andam entretidos não funciona e tem de acabar. Esperemos que ele seja apenas um suíço pessimista.
Argentina is once again at the centre of an emerging-market crisis. This one can be blamed on the incompetence of the president, Cristina Fernández, but she is merely the latest in a succession of economically illiterate populists, stretching back to Juan and Eva (Evita) Perón, and before. The Chilean and Uruguayans, the locals Argentines used to look down on, are now richer. Children from both those countries – and Brazil and Mexico too – do better in international education tests.
[…]
On Europe’s southern fringe, both government and business have avoided reality with Argentine disdain. Italy’s petulant demand that rating agencies should take into account its “cultural wealth”, instead of looking too closely at its dodgy government finances, sounded like Ms. Fernández. The European Union protects Spain or Greece from spiralling off into autarky. But what if the euro zone broke up?
The Economist, número saído hoje.
Nada que assuste os populistas de esquerda, tão activos como os de direita mas com muito melhor imprensa. Das duas, uma: como a Sra. Fernández e, um pouco mais a norte, o Sr. Maduro, não vêem os riscos ou estão mesmo convencidos (e iludidos) de que será possível forçar parte da Europa a cobrir-lhes a demagogia.
(Para que conste, no final de 2012 escrevi: Em 2013 continuará a discutir-se por cá a relação custo/benefício do euro. Na Argentina continuará a discutir-se a relação custo/benefício da inflação.)
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