Tenho tendência para acrescentar sílabas às palavras que escrevo. No post sobre as gaivotas da Berlenga escrevi “ensurdecedia” e passei longos segundos estranhando que o Word sublinhasse o termo com uma ziguezagueante linha vermelha. Acontece-me com frequência, não percebo porquê. Desejarei inconscientemente prolongar o tempo de escrita? Deixar-me-ei entusiasmar com o sapateado que os meus dedos fazem em cima do teclado? Pretenderei usar palavras eruditas, sendo incapaz de o fazer de outro modo que não “complexificando” as existentes?
Como de costume, a melhor explicação pode ser a mais simples: faço-o provavelmente pela mesma dislexia que me leva a ponderar se uma troca de olhares com uma mulher desconhecida (na rua, no café, no autocarro) significa algo mais que o cruzamento acidental do olhar de duas pessoas que têm de olhar para algum lado; pura tendência para ignorar os constrangimentos da realidade, recusar o que é simples, e entrar no reino do delírio.
pessoais
Amor e Morte em Pequenas Doses
blogues
O MacGuffin (Contra a Corrente)
blogues sobre livros
blogues sobre fotografia
blogues sobre música
blogues de repórteres
leituras
cinema
fotografia
música
jogos de vídeo
automóveis
desporto
gadgets