Hoje na Casa da Música, amanhã na Aula Magna. O senhor chama-se Ted Leo. Em princípio, fará a primeira parte e colaborará num par de temas.
Ontem à noite, na sala um do Hard Club, submerso num público de jovens brandindo telemóveis com ecrãs gigantescos (a famosa geração «à rasca»?), perguntei-me o que levará as pessoas da minha idade a ficar em casa. Os filhos são uma boa justificação. Mas e quando estes não existem ou já estão crescidinhos? Por que é que mesmo nestes casos as pessoas ficam em casa e, pior, se mantêm agarradas apenas àquilo de que aprenderam a gostar nos tempos em que foram jovens?
Hoje de manhã, quando às seis e cinquenta e quatro (gosto de adicionar minúsculos factores de estranheza à normalidade, ok?) o despertador tocou e tive de fazer um esforço sobre-humano para me arrastar para fora da cama, percebi porquê.
Na Casa da Música a 24, no Teatro Aveirense a 25, no CCB a 26.
Quantas histórias diferentes terá ele para introduzir o assobio de Superstars II? (E por que diabo a maioria dos espectadores ainda acredita nele quando começa a contá-las? Ou serei só eu?)
O que o atrairá tanto nos telefones tradicionais, a ponto de invariavelmente, e pelo menos durante uns segundos, cantar para um? (Tenho uma teoria mas fica para depois de dormir mais um pouco.)
O que se passa com Cyndi Lauper? (Na calma noite de Quinta-Feira, vi Uma Noite Atribulada no cinema. Em conversa dentro de um Audi R8, Steve Carell confessou a Tina Fey, sua mulher no filme, ter fantasias sexuais com Cyndi Lauper. Vinte e quatro horas depois, David Fonseca cantava em palco dois – dois! – temas de Lauper.)
No que pensavam os dois polícias com bigode que assistiam de cara fechada, de uma das entradas nas tribunas, ao último e ruidoso encore? (Pensando melhor, talvez só um tivesse bigode, mas um bigode suficiente para, na minha cabeça, eu o ter dividido por ambos.)
E acho que agora vou voltar para a cama.
(As fotos são de 2008. Ontem nem levei máquina.)
Quem leu mais de meia dúzia de posts neste blogue já deve ter percebido que gosto de música. Gosto de música gravada e gosto de música ao vivo. No entanto, tenho um problema em concertos pop/rock. Sempre fui um rapaz pacato. Nunca me deu para andar aos saltos a berrar fosse o que fosse. Num tremendo indício de nerdismo, até costumava acompanhar a letra dos temas que ouvia pelo folheto do CD (é por isso que insisto até hoje que So Cruel é o melhor tema de Achtung Baby, dos U2). Esta característica impede-me de ser o gajo mais apreciado nos concertos. Pelo contrário: sou o gajo – ainda por cima de quarenta anos – que fica parado (abanando ligeiramente a cabeça ou, nos dias de desvario, o corpo) a ouvir a música, e que bate muitas palmas no final de cada tema. Estes gajos são irritantes. São-no para as bandas, que gostam de ver a assistência aos pulos porque só assim conseguem ter a certeza de que está tudo a correr bem (a insegurança dos artistas…), e para o resto do público, que se pergunta: «Mas o que é que este cromo veio fazer a um concerto dos Wraygunn?»
Devo confessar que não tenho uma explicação válida. Só me posso defender dizendo: se paguei o raio do bilhete (e não, não sou daqueles que arranjam bilhetes de borla) é porque quero assistir ao raio do concerto. Imóvel, aos pulos, ou a fazer o pino – isso é cá comigo. (Mas a fazer o pino não me atrai porque também não tenho o melhor dos equilíbrios e, além disso, a visão do palco deve ser fraca). Portanto, da próxima que vez que vós, jovenzinhas e jovenzinhos, virem um quarentão imóvel num concerto dos Clã, ou dos Linda Martini, ou dos Buraka Som Sistema (como é que alguém consegue não dançar num concerto dos Buraka? Não sei, mas eu consigo) nem percam tempo a pensar nele e pulem à vontade.
Uma guitarra tensa e espasmódica. Um homenzinho esquelético, tatuado e com óculos. A Cláudia Efe com uma saia tirada por engano da prateleira dos tops e as pernas mais nuas do que o termo “nudez” é capaz de sugerir. A Cibelle e a Phoebe Killdeer tentando fazer-lhe concorrência e falhando mas não por falta de esforço. A Rita Redshoes como a rapariga ingénua que não fazia ideia onde se estava a meter. Uma fã em êxtase que sobe ao palco antes do encore e fica destroçada quando a mandam sair de lá. Uma sala com elegância decadente e cheiro a mofo.
Rock, blues, soul, o que quiserem chamar-lhe. O novo disco é extraordinário. O vídeo do primeiro single já andava por aqui nos inícios de Julho.
No Clubbing da Casa da Música de 3 de Outubro. Na Aula Magna no dia 5.
Se eu tivesse um décimo da incrível energia do senhor com quase sessenta anos que se encontra no centro do palco, capaz de dar concertos de três horas em que nem para os encores há verdadeiras pausas, ficaria por aqui a ver o que se passou desde que saí. Mas eu – diabos levem as pouco equalitárias leis da biologia – preciso de dormir. E, fraco como sou, nem sequer consigo deixar de gostar de o fazer.
Na sequência da referência a Rita Redshoes no post anterior, uma foto dela em concerto, tirada no ano passado nos jardins do Palácio de Cristal. Há mais algumas aqui.
Antes do espectáculo, anteontem em Braga. Palcos aguardando espectáculos permitem especular sobre e antecipar o futuro. Ainda por cima (vai-se a espectáculos de que se espera gostar), o futuro anuncia-se bom.
Pode ler-se sobre o primeiro concerto de Lisboa e ver fotos tiradas durante o espectáculo (pela excelente Rita Carmo), no site da revista Blitz (aqui). Já agora, aproveitem para ler a entrevista a Rita Redshoes e vão aos concertos dela, hoje e amanhã no S. Jorge.
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