Deixou de se discutir a privatização da RTP para se começar a discutir a estatização da imprensa.
Apoiar é sinónimo de exigir.
Notas.
2. Ah, dirão alguns, Passos pode não ter exigido a vinda da Troika mas desejava-a. Creio que, dispondo da escolha, ele teria preferido governar sem tutelas mas, na verdade, não faço ideia. Sei é que, em 2011, eu desejava a vinda da Troika. Como desejarei uma intervenção tão rápida quanto possível da polícia se assistir a um crime ou do INEM perante um acidente grave.
3. Devia haver assuntos mais merecedores do principal título da primeira página de um jornal dito «de referência». Notícias, talvez.
Por esta razão não houve lugar a réplica ou contraditório, apesar de algumas das afirmações o exigirem. O texto final foi manuscrito por José Sócrates, datilografado fora da cadeia e regressou às suas mãos para sucessivas revisões. A versão definitiva acabou por chegar ontem, ao fim da manhã.
Dizer que Paulo Portas «bateu com a porta» é tããão básico...
No Jornal da Noite da SIC Notícias, a propósito da passagem de 60 anos sobre a morte de Stalin:
O papel de Stalin na História continua a ser controverso. A imagem é utilizada nas celebrações que marcam o fim da Segunda Guerra Mundial mas os opositores defendem que Stalin foi responsável pela prisão, tortura e morte de milhares de pessoas.
E Hitler, claro, só é um monstro segundo meia dúzia de judeus vingativos.
Funcionária – «jornalista» parece-me exagero – da SIC Notícias entrevista criança de 5 ou 6 anos no Terreiro do Paço.
«Porque estás aqui?»
«Porque… não sei.»
«Não sabes? Mas percebes que é importante cá estar?»
«Uhhh…»
«Um dia perceberás.»
Um gráfico é sempre uma excelente forma de visualizar a evolução de uma variável ao longo do tempo, não é verdade? Isto, claro, desde que se possa confiar na escala.
(No Correio da Manhã de ontem.)
«Sr. Ministro, o que tem a dizer aos portugueses, nesta altura em que enfrentam tantas dificul…»
«Aaaaaaaatchiiim!!! Peço desculpa, nas deslocações oficiais do último fim-de-semana apanhei chuva e constipei-me. Pode repetir a pergunta?»
***
Meia hora depois, nos sites dos principais meios de comunicação social encontram-se os seguintes títulos:
Público: Ministro mostra desconforto ao ser questionado sobre dificuldades enfrentadas pelos portugueses.
Diário de Notícias: Ministro usa estratagema para escapar a pergunta incómoda.
i: Ministro ignora dificuldades dos portugueses.
Jornal de Notícias: Ministro alérgico a pergunta sobre dificuldades dos cidadãos.
Visão: Ministro culpa chuva pelas dificuldades dos portugueses.
Sábado: Ministro revela sinais de desgaste.
Renascença: Ministro diz que carga de trabalho começa a afectar-lhe a saúde.
Diário Digital: Ministro constipa-se em actividades de fim-de-semana.
TSF: Ministro queixa-se de excesso de trabalho.
Antena Um: Ministro insinua que trabalha mais do que a maioria dos portugueses.
Diário Económico: Ministro pouco à vontade gera receios de novas medidas de austeridade.
Jornal de Negócios: Governo mostra fragilidades: remodelação iminente?
Correio da Manhã: Mata pai à facada e a seguir vai comer bife com batatas fritas.
Sol: Cavaco não foi informado sobre espirro do ministro.
Expresso: Paulo Portas não concorda com espirro.
De imediato, nos blogues atingem-se níveis de ultraje não experimentados desde a véspera
O Miguel vai-se lixando por, desde há muito, estar demasiado embrenhado nos jogos do poder, incluindo no da relação com a comunicação social e, através dela, com a opinião pública. Já o Álvaro vai-se lixando por nem saber que está a jogar. Apenas num dos casos o resultado pode ser considerado justo.
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