como sobreviver submerso.

Segunda-feira, 1 de Junho de 2009
O futebol português, esse excelente retrato do país.

Detesto o ambiente asfixiante e truculento do futebol nacional. Lamento que quase não se fale de outros desportos, com excepção de momentos improváveis em que atletas de outras modalidades, contra todas as expectativas, conseguem resultados assinaláveis. Por não gostar do tema (não é o mesmo que não gostar do jogo) ainda não o abordara neste blogue. Mas esta notícia leva-me a fazê-lo. As SADs dos três grandes - Benfica, Sporting, Porto, pela ordem que preferirem - estão numa situação financeira assustadora. A causa é a de muitos problemas do país (e do mundo): vida acima das possibilidades. Os causadores são também portugueses típicos: fala-baratos, megalómanos, pouco cultos. As semelhanças entre o típico presidente de clube de futebol - de âmbito nacional ou local, com poucas excepções, entre as quais talvez o Sporting mas apenas nos últimos anos -, o autarca característico ou o empresário tradicional são flagrantes; há, aliás, muitos casos em que pessoas foram as três coisas em pouco tempo. Os adeptos são iguais. Como na política, apoiam quem lhes promete os melhores resultados a curto prazo. A exequibilidade é secundária. Perante este cenário não há solução. A correcta seria a falência ou uma gestão financeira draconiana, que colocaria inevitavelmente em risco os sucessos desportivos. Duvido que haja coragem. Desgraçadamente, o futebol é a única coisa que importa neste país. Num caso-limite, os políticos não terão coragem para assumir decisões pouco populares. Os três grandes não são o Boavista. E, nesta questão, qualquer um dos três verá com bons olhos a ajuda pública a um rival por garantir que também a terá. Não me surpreenderia que, de forma clara ou encapotada, acabássemos todos a pagar os luxos desta gente. A sorte pode ser que, como entretanto o país também vai ficando cada vez mais endividado, quando a crise estalar a sério no futebol já não exista dinheiro nem meios de financiamento para acudir aos clubes.



publicado por José António Abreu às 22:02
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