como sobreviver submerso.
Sexta-feira, 17 de Abril de 2009
«I kissed a girl»? Who the f**k gives a s**t?
Pelos vistos muita gente, considerando o sucesso que a rapariga (Katy Perry) obteve com o tema em questão. (Já agora, uma pepita de informação irrelevante: o apelido dela é Hudson mas, por receios de confusões fonéticas, adoptou o nome de solteira da mãe.) E o sucesso do tema, e dela, leva-me à pergunta: por que raio é que temas idiotas com letras infantilmente eróticas vendem tanto? Não devíamos já ter passado a fase em que a simples menção de um beijo entre duas gajas era suficiente para tornar famosa uma canção e a respectiva cantora? Que, em meados dos anos 80, ainda muita gente sentisse um frémito de surpresa ao ouvir Madonna cantar «like a virgin touched for the very first time», poderá ser compreensível. Mas actualmente? Ainda por cima é recorrente e parece funcionar sempre: lembram-se das Tatu? E do famoso beijo entre a Madonna e a Britney Spears que fez disparar a notoriedade do vídeo desta (e, suponho, as vendas do álbum)? É verdade que estamos quase sempre em território pop-adolescente-borbulhento (com alguns trintões e quarentões pelo meio, atenção) mas, mesmo assim… Os adolescentes não vêem a MTV? Há lá reality-shows onde um beijo entre duas raparigas é apenas o primeiro episódio. «I kissed a girl and I liked it»? Haverá letra mais infantil? O único ponto positivo é que o tema pode ter levado umas quantas miúdas na vida real (as que não têm MTV) a experimentar a coisa e podem muito bem ter gostado e decidido verificar que outros actos íntimos entre raparigas são igualmente agradáveis (sugestão de letra para outra canção: «I nibbled on a girl’s nipples and she moaned») e isso abre algumas hipóteses de fantasia. Ainda assim fraquinhas.