como sobreviver submerso.

Segunda-feira, 26 de Dezembro de 2011
Pórticos

Noite do dia 25, A25. É a primeira vez que a percorro quase na totalidade desde a introdução das portagens. O identificador da Via Verde, sendo dos mais recentes, apita a cada passagem por um pórtico. Onze vezes entre a Guarda e Albergaria. Não venho com sono mas penso que, apesar de ser um tudo-nada irritante, o ruído ajuda a manter os condutores acordados. Depois, numa revelação súbita que quase me faz acelerar a fundo, percebo que o principal motivo para a existência do apito não é a segurança rodoviária, antes um exagerado sentido de decoro. Sim, decoro. Precupação com a manutenção da decência. Reparem: umas dezenas de metros antes de cada pórtico um tipo vê a placa com os preços. Dedica-se então a somar de cabeça este novo valor ao dos pórticos anteriores e, precisamente quando está a começar a emitir uma série de interjeições ou a mandar uma data de gente bem conhecida para um sítio que é uma parte da anatomia masculina, piiiiiiiiiiiiiiiiiii.



publicado por José António Abreu às 23:26
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Sábado, 1 de Maio de 2010
Auto-estradas e prosperidade
Ainda a propósito da viagem à Covilhã: é tão reconfortante constatar como a A23 trouxe novas indústrias e prosperidade à Beira Interior.


publicado por José António Abreu às 00:13
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Segunda-feira, 3 de Agosto de 2009
Notas de viagem

Fico sempre com a sensação de que o ritmo nas auto-estradas espanholas é pelo menos 10 km/h mais lento que nas portuguesas. Nós abrandamos ao entrar em Espanha; os espanhóis aceleram quando entram em Portugal.

 
Muitas zonas de serviço espanholas obrigam a passar por povoações. É menos prático para o viajante que as nossas áreas bem formatadas e completamente isoladas do resto do país mas desconfio que o comércio dessas povoações agradece.
 
Claro que a solução espanhola só funciona em auto-estradas sem portagens. E a esse respeito: nos cento e sessenta quilómetros de auto-estrada entre o Porto e a fronteira de Vila Verde da Raia pagam-se oito euros e qualquer coisa de portagens; nos quase trezentos quilómetros de auto-estrada entre Verín e Valladolid pagam-se zero euros de portagens. (Ouço alguém dizer que a nossa solução é mais justa? O conceito do utilizador-pagador? Com certeza. Eu até concordo com ele. Aliás, deve ser por isso que o nosso IVA é mais reduzido, os nossos automóveis mais baratos e todos os espanhóis que vivem perto da fronteira vêm abastecer os veículos em Portugal.)
 
Precisamente na fronteira de Vila Verde da Raia, tanto no sábado como no domingo, havia imensa polícia do lado português (no sábado mandavam mesmo parar alguns veículos que entravam em Portugal) e nenhuma no lado espanhol. Podia ser uma alegoria para o facto de terem sido sempre eles a tentar invadir-nos e não o contrário mas devia ser apenas por causa dos imigrantes.
 
Ao passar junto a Tordesilhas não consegui evitar pensar em como, há cinco séculos, nós e os espanhóis estávamos tão seguros da nossa importância no mundo. Agora, excluindo arroubos momentâneos, nós achamos que somos insignificantes; eles continuam a considerar-se o centro do universo.
 
O estádio do Real Valladolid seria indigno de um quase falido clube português de média dimensão. É até incrível pensar que foi inaugurado em 1982 e que lá se disputaram partidas do mundial de futebol desse ano. O facto suscita-me duas notas: estamos todos tão mais exigentes hoje em dia e pelo menos em certas coisas fundamentais evoluímos mais que os espanhóis.
 
Valladolid tem fama de ser a cidade espanhola onde melhor se fala o castelhano. Não sei o que os Valladolidenses acharam do castelhano de Bruce Springsteen mas a mim pareceu-me bastante razoável. Tanto que o teria percebido melhor se falasse em inglês.


publicado por José António Abreu às 13:06
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