Os suicídios na France Telecom colocam a nu a evidência: na maior parte das empresas de média e grande dimensão o ambiente é hoje frio e agressivo. O orgulho de pertencer à organização desvaneceu-se (ou, para ser mais exacto, foi destruído). Quase ninguém «veste a camisola». Os gestores actuais, que ainda fazem discursos apelando a vários «espíritos» (de grupo, de sacrifício, de luta), não percebem o óbvio: são eles os grandes responsáveis pela situação. Têm sido eles a desprezar os recursos humanos das empresas que lideram, pressionando-os para além do admissível, tratando-os como peças dispensáveis, insultando-os com frequência, antes de voltarem aos tais discursos de circunstância em que tudo soa idílico mas nos quais ninguém acredita. É, de resto, irónico que eles falem, do alto das suas cátedras feitas de cintilante teoria, de «fidelizar clientes», de levá-los a escolher por factores que não o preço, de «criar relações de parceria e confiança». Por que esperam dos clientes aquilo que eles próprios não estão dispostos a dar?
Muitas empresas actuais não são lideradas por gestores. São lideradas por meninos (independentemente da sua idade real) mimados que aprenderam a viver no INSEAD, na McKinsey ou nos bastidores da política mas estão a conseguir moldar a sociedade. E – última ironia – que, se se excluírem os tais discursos, parecem cada vez mais apenas «patrões».
pessoais
Amor e Morte em Pequenas Doses
blogues
O MacGuffin (Contra a Corrente)
blogues sobre livros
blogues sobre fotografia
blogues sobre música
blogues de repórteres
leituras
cinema
fotografia
música
jogos de vídeo
automóveis
desporto
gadgets